Foi muito grande a expectativa relacionada à mudança de governo. Porém, mesmo com a aprovação do processo de impeachment, ainda não é possível enxergar grandes impactos positivos na intenção de consumo dos paulistanos.
Para descobrir informações sobre a perspectiva do consumidor, a ESPM fez um levantamento com 822 pessoas, por meio de consulta on-line entre os dias 13 e 15 de maio. O público respondente teve predominância no sexo feminino (pouco mais de 60%). A faixa etária foi dividida em três: menos de 20 (35,2%), de 20 a 40 (39,4%) e mais de 40 anos (25,4%) e a pesquisa teve caráter de sondagem, sem um valor estatístico generalizante.
A partir do levantamento, foi possível concluir que a intenção de consumo da população de São Paulo não foi praticamente alterada no momento subsequente à posse do presidente interino Michel Temer e sua equipe.
“Há um certo clima de otimismo em relação a saída da presidente, presente em 48,5% dos respondentes. Porém, o número de pessoas que se disseram pessimistas também é alto, 35,5% e, os indiferentes representam mais 15,9%”, ressalta Mário René Schweriner, especialista em comportamento do consumidor.
Entre os homens, 55% afirmaram que estão otimistas, 27% pessimistas e 18% indiferentes. As mulheres são mais pessimistas que os homens, uma vez que esta foi a resposta de 40%, contra 45% otimistas e 15% indiferentes.
Mudanças reais
Questionados sobre como a vida financeira pode ser impactada pelo novo governo, praticamente a metade entende que ficará pior e apenas cerca de 30% espera melhora. Também neste quesito, as mulheres demonstraram-se muito mais céticas: 56% disseram não saber e 21% acreditam que pode piorar, enquanto que 41% dos homens não sabem e 15% acreditam que vai piorar.
Esse clima se reflete na intenção de compra. Quase 70% dos respondentes declarou não possuir planos de consumo que estivessem aguardando a mudança do governo. Mais uma vez as mulheres foram um pouco mais incisivas: 71% das mulheres e 64% dos homens formam este grupo.
Intenção de compra
Entre os que estavam aguardando a mudança do governo para realizar a intenção de consumo, este primeiro momento ainda não inspira confiança para sua realização, pois apenas cerca de 38% pretendem fazê-lo agora. Mais uma vez, neste pequeno grupo que pretende consumir, 46% são homens e apenas 32% são mulheres.
O público mais jovem, até 20 anos, assim como os homens, também é mais otimista: 51% ante 47% das pessoas entre 20 e 40 anos e 48% das pessoas acima de 40 anos. Chama a atenção também o número de pessoas pessimistas na faixa acima de 40 anos: 39%, contra 32% entre as pessoas com menos de 20 anos.