Em tempos de crise, a vida não está nada fácil. Mas, cuidado! A coisa ainda pode piorar. São muitas contas a pagar, muitos ajustes de preço acontecendo e aumento nas taxas de juros. Além de arcar com as contas habituais – de casa, com estudos, saúde, etc.- o consumidor precisa ficar atento, principalmente, na hora de utilizar produtos financeiros que podem ajudar a cobrir as despesas no final do mês, porque é aí que mora o perigo.
De acordo com relatório do Banco Central do Brasil, os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cheque especial subiram 2,7 pontos percentuais, em julho deste ano, chegando a 318,4% ao ano. Segundo o BC, este é o maior valor de toda a série histórica, iniciada em julho de 1994 (há 22 anos). Na parcial deste ano, a taxa registrou elevação de 31,4 p.p. e, em 12 meses até julho, 71,5 pontos percentuais.
Ainda segundo o BC, os juros do cheque especial e do catão de crédito rotativo estão entre os mais altos do mercado. Por isso, especialistas em educação financeira aconselham a utiliza-los somente em momentos de emergência e por um período curto.
O relatório também mostra que, embora não tenham aumentado, os juros médios cobrados nas operações de cartão de crédito rotativo ficaram em 470,7% ao ano em julho, praticamente igual ao mês anterior: 470,9% a. a.. O juro do cartão de crédito ainda é o mais caro do mercado.
Para se ter uma ideia, considerando o acumulado do ano, até julho, houve um aumento de 39,3 pontos percentuais nos juros do cartão de crédito e, em doze meses até julho, uma alta de expressivos 76,3 p. p.. Neste caso, a recomendação dos especialistas é que o consumidor faça o máximo esforço para pagar a fatura integral e na data do vencimento. Senão, acontece o chamado efeito bola de neve.
O caso se repete, porém em menores proporções, nas operações de crédito pessoal, com exceção consignado (descontado em folha de pagamento). A taxa média de juros, para pessoas físicas, somou 132,2% ao ano em julho, contra 128,3% registrada no mês anterior. A alta foi de 3,9 pontos percentuais em julho, mas, no ano, houve aumento de 14,5 p p..
No entanto, destas, a única que permaneceu estável foi a taxa média de juros para aquisição de veículos por pessoas físicas, somando 26% ao ano em julho, mesmo patamar de junho. E permaneceu estável no acumulado do ano.