Em mercados competitivos, sobretudo em segmentos onde atuam grandes players, a inovação é um dos principais fatores de sucesso e da garantia de perpetuidade das empresas. Inovar é um modo de pensar, de agir diferente, de romper padrões. É uma necessidade. No varejo, não é diferente. No entanto, como é possível pensar em inovação diante das exigências dos clientes, das demandas diárias do negócio e das pressões de custos?
De maneira tangível, a cultura da inovação numa empresa pode ser trabalhada a partir da motivação dos colaboradores para refletirem sobre seus processos e apresentarem soluções. Pode-se, por exemplo, criar um banco de ideias e um comitê de avaliação multissetorial. Uma das missões do comitê é analisar as sugestões dos colaboradores e tomar a decisão pela solução a ser implementada. Dentre suas importantes tarefas, também se destaca a função de examinar o impacto da inovação de maneira mais ampla e, ainda, e não menos importante, premiar os autores das ideias. Embora este exemplo se aplique em processos de inovação considerados mais simples, os ganhos podem ser enormes para as companhias.
Outra fonte de inovação, que tem se transformado numa notável saída estratégica para as organizações, é o investimento em start-ups, iniciativa para fomentar e transformar uma ideia inovadora em negócio. Nesse contexto, muitos projetos têm sido beneficiados pelas aceleradoras de startups, criadas com o propósito de apoiar o empreendedor no desenvolvimento de sua ideia até que sua empresa cresça e atinja porte para ser apresentada ao mercado e a potenciais investidores. Na prática, as aceleradoras ajudam empresas de potencial de negócio escalável a crescer de maneira mais rápida, manter-se no mercado e, claro, alcançar lucro.
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O investimento em uma aceleradora é considerado alto risco. Porém, pode ser uma grande oportunidade para as empresas acompanhar de perto as iniciativas inovadoras e, assim, investir em algumas delas após a fase de aceleração. O custo pode ser significativamente menor em relação aos investimentos necessários para tocar novos projetos internamente.
O Corporate Venture (CV), nome dado à iniciativa de companhias que financiam projetos empreendedores, é uma tendência mundial e tem catapultado empresas inovadoras. Com crescimento rápido, esses projetos ensinam às CVs que inovar exige visão de risco e oportunidade, já que nem sempre é possível esperar uma empresa dar certo. A aposta na inovação pode ser o trunfo para o desenvolvimento de grandes ideias ? e, principalmente, uma grande chance da empresa não perder a oportunidade de investir num projeto com potencial de sucesso.
Empreendedorismo e inovação são projetos de longo prazo, cheios de desafios e, por momentos, desmotivadores. As novas soluções que unem essas duas ideias refletem nosso tempo e ampliam o horizonte no modo de fazer negócio. Os novos desafios vieram para mudar os mercados. Cabe a nós ousar e apostar para fazermos e sermos a inovação.
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* Flávio Barros é presidente da Consinco