“O mundo dos games e Esports é tão pujante que tem cada vez mais brilhado nos olhos das marcas”, fala Leo de Biase, co-fundador e Chief Relationship Officer da BBL, empresa que faz agenciamento, consultoria e produção dentro desta indústria. O entusiasmo não é para menos, afinal, segundo a consultoria Newzoo, o mercado de games faturou R$ 11 bilhões no Brasil em 2021, tornando o país o maior mercado da América Latina.
Em mais uma palestra do Conarec 2022, o empresário agradece a chance de dar exemplos de oportunidades de negócios dentro do mundo dos games e Esports durante o painel “Oportunidades de negócios no mundo dos games e Esports”, ressaltando que hoje a questão não é mais se as companhias devem ou não entrar neste universo, mas sim como. Acompanhe os principais insights abaixo.
Confira a cobertura completa do Conarec 2022
Diversificado: o que é o mundo dos games hoje
Com 25 anos de atuação no mundo dos games, vendo a transformação deste universo que começou pequeno e de nicho, concentrado em lan houses, e que hoje chega ao status de mercado mainstream, o co-fundador da BBL, Leo de Biase está acostumado a trabalhar com empresas que querem se conectar com a gigante audiência, prioritariamente jovem, que consome tudo relacionado a games e Esports.
Por isso, a especialidade da BBL não é só executar planos já definidos, mas também entender os melhores caminhos e estratégias para marcas e companhias darem entrada ou continuidade a ativações na indústria de videogames. Nesse sentido, o atendimento especializado é importante, pois o mercado é diversificado e existem muitas variáveis.
“Hoje, existem empresas gigantes no Brasil, desde as publicadoras, ou seja, as donas de jogos e de propriedades intelectuais, até empresas como a BBL que trabalham o conteúdo direto com as empresas para desvendar a melhor maneira de ter o posicionamento da marca nesta indústria, que faz a conexão com as marcas”, explica.
Além disso, há também as equipes que trabalham de maneira semelhante a times e clubes de futebol, com todo um staff de jogadores que atua em diversos jogos. Dentro disso, estão inclusive os influencers e gamers famosos, que ganham o status de celebridades entre este público.
É um mercado bilionário que não para de crescer e, para o palestrante, o dinheiro vem justamente da maturidade que o segmento alcançou. “É possível conseguir uma grande visibilidade, seja com patrocínio ou compra de mídia, até com direito de uso de imagem de grandes propriedades. O mundo dos games virou esse canhão, mas com diversas categorias para investir e divulgar uma estratégia de marketing, lançar um produto ou conectar sua empresa com o segmento”, diz.
O público gamer
O mercado de games já contava com uma audiência apaixonada e engajada desde quando ainda não tinha incentivo e se restringia a um nicho específico. Hoje, a paixão continua mesmo com seu público alcançando outros patamares. Por tal característica, o co-fundador da BBL destaca que é preciso uma honestidade por parte das marcas para se comunicar e se conectar com a comunidade gamer.
“Ser gamer envolve todo um lifestyle. É um público antenado nas tendências que consome tudo ao redor do videogame, que é ligado no que acontece na indústria de música, cinema, vestuário, automóveis e por aí vai”, comenta Leo de Biase, completando ser importante trabalhar bem dentro de toda esta indústria pop.
No entanto, engana-se quem pensa que a audiência gamer é homogênea. Dentro dela, existem segmentações, em especial faixas demográficas, que são importantes de serem compreendidas pelas empresas que desejam atingi-las. Isso vai desde jogos com acesso mais fácil, que fala com as classes C e D em plataformas mobiles, a jogos em PCs de alta performance e em consoles, que funcionam melhor com classes A e B, por exemplo.
Também encontram-se perfis distintos, como os jogadores casuais aos mais hardcores competitivos, que chegam a rivalizar em audiência com os Esports tradicionais.
Para o palestrante, vale até desmitificar que game, afinal, não é coisa de criança. O maior público consumidor de jogos online está na faixa de 18 a 35 anos, ou seja, está entrando ou já está na vida adulta consumindo com seus próprios meios financeiros. Assim, além da indústria pop, este público também é fértil para empresas financeiras, desde bancos e fintechs a companhias de cryptomoedas e de apostas online.
Estratégias para entrar no mundo dos games e Esports
Uma vez que seu público é tão variado, é possível trabalhar na indústria de games e Esports de diversas maneiras. Por isso, é importante entender o mercado e optar pela melhor estratégia. “Acertar no investimento, com as pessoas, as empresas e os influenciadores corretos é o fator determinante para saber se o investimento vai ter o retorno esperado”, afirma o co-fundador da BBL, Leo de Biase.
Ele lembra que, mesmo com audiências que encostam nos números dos Esports tradicionais, o valor necessário para investir na indústria de games ainda é infinitamente menor. Enquanto uma cota de patrocínio em um campeonato de futebol pode girar entre R$ 300 a R$ 400 milhões, este valor cair para R$ 10 a R$ 15 milhões em uma grande ativação de marketing no mundo dos games, por exemplo.
O palestrante lista também as variáveis que podem ser encontradas no mundo dos games, cada uma delas uma possibilidade de negócio:
– transmissões de torneios e lives de streamers e influenciadores que juntam milhões de pessoas assistindo;
– conteúdo extra diário, como vídeos, programas e lives que giram em torno das rodadas do final de semana ou da semana, similar à dinâmica do futebol;
– eventos presenciais que voltaram com força após a pandemia, materializando ações que começam na esfera digital e aproximando o público de seus astros;
– metaverso e realidade aumentada, que apesar de não serem novidades no mundo dos games, vem sendo aprimorados, entre outros.
“As possibilidades são realmente inúmeras. Você pode criar seu próprio produto, pode aterrizar em propriedades de prateleira que já têm uma comunidade formada, investir em equipes e em influenciadores… Tudo isso para um público engajado que reconhece que as marcas que investem nisso estão validando o seu hobbie”, complementa.
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