Conhecido inicialmente como Open Banking, o Open Finance completou seu primeiro ano de operação neste mês de fevereiro. Como o próprio nome diz, esse “sistema aberto” permite que as pessoas solicitem o compartilhamento de seus dados pessoais, bancários e financeiros com terceiros, de forma segura e digital, mediante sua expressa autorização.
Essas informações podem ser usadas para oferecer ao consumidor melhores ofertas de produtos e serviços personalizados, com custos mais adequados ao seu perfil. O sistema trabalha por meio de APIs (interfaces de programação de aplicações), que fazem a conexão entre as instituições participantes e permitem a troca de informações entre elas de uma maneira padronizada.
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Open Finance: empoderamento legítimo do consumidor
No centro de toda essa revolução, reside uma das questões mais importantes e valorizadas por empresas de todos os setores no mundo de hoje. Trata-se de um caminho sem volta rumo ao empoderamento legítimo do consumidor. O novo sistema financeiro aberto garante liberdade de escolha aos indivíduos.
Consiste, basicamente, em uma nova definição de padrões de troca de informações entre os participantes do sistema financeiro, na qual os dados e informações são de propriedade do cliente – e não mais da instituição financeira – e ele pode portá-las de forma totalmente digital e instantânea de um concorrente para outro.
A mudança definitiva na relação de consumo de produtos financeiros já traz benefícios amplos. Um dos principais avanços é a democratização do acesso ao crédito, fruto da concorrência entre os diversos concedentes. Agora os holofotes se voltam também para as novidades oriundas do Open Insurance e do Open Investment. No setor de seguros, nota-se de imediato um grande investimento na personalização de produtos para atender aos mais variados perfis e necessidades.
Para a sociedade em geral os ganhos serão imensos, sejam em ofertas de produtos quanto em jornadas personalizadas. O Open Insurance permitirá um entendimento mais profundo do cliente – isso trará uma abordagem hiperpersonalizada – extrapolando os dados demográficos, contemplando o estilo de vida e preferências pessoais de cada pessoa na venda de um seguro, por exemplo.
Como se percebe, essa mudança de controle dos dados está transformando completamente o mercado, possibilitando que os consumidores estabeleçam uma nova relação com as instituições que, por sua vez, terão que ser cada vez mais inovadoras, criativas e competitivas para conquistá-los.
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Centralidade do cliente e experiência do consumidor
De acordo com um estudo da CVA Solutions, finalizado em setembro de 2021, que ouviu 5.615 consumidores de todo o Brasil que têm uma conta bancária, a avaliação das instituições, fintechs e bancos virtuais foi mais positiva para aqueles que se focaram na experiência do usuário, descomplicando operações financeiras e atendendo prontamente suas solicitações. Com o Open Finance e o poder na mão do cliente, as empresas terão que se esforçar mais – não só para capturá-los, mas também para retê-los. Nesse contexto, conceitos como centralidade do cliente e experiência do consumidor tornam-se ainda mais relevantes, ganhando um espaço cada vez maior nas estratégias de negócios.
De acordo com a Febraban, ao longo desse primeiro ano de implementação, foram registradas 231,1 milhões de chamadas de APIs bem-sucedidas entre os participantes do sistema para o compartilhamento de dados. Mas o momento crítico acontece agora em 2022. Ainda se faz necessário comunicar e esclarecer a sociedade de que o processo é seguro e regido pela Lei Geral de Proteção de Dados, de que nenhuma informação é coletada ou utilizada sem o seu expresso consentimento. Os participantes do mercado terão o desafio de consolidar, finalizar a implantação e promover a estabilização do sistema para que esses novos produtos e serviços financeiros satisfaçam aos anseios e necessidades de consumidores cada vez mais empoderados.
*Por Fábio Lins, superintendente executivo de canais, Pix e open banking do Banco Original.
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