Você já ouviu falar em Open Banking? O termo, também conhecido como sistema financeiro aberto, diz respeito ao compartilhamento dos dados pertencentes aos clientes de produtos e serviços financeiros entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central (BC).
Na prática, o Open Banking, ou OB, aumenta a competitividade do mercado atrelado à economia, já que as empresas passam a ter acesso aos dados dos usuários de suas concorrentes e tendem a fazer ofertas mais acessíveis a eles, garantindo tarifas mais baixas e condições de pagamento facilitadas.
“O Open Banking busca criar um ecossistema que permite transações mais rápidas e fáceis para os clientes. A partir do compartilhamento das informações, o cliente pode ter acesso a diferentes tipos de produtos financeiros, como empréstimos e investimentos, e escolher o mais vantajoso para a sua situação”, comenta Jhonatan Hoff, coordenador do Curso de Ciências Contábeis da faculdade FIPECAFI.
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As fases do Open Banking
De acordo com o professor, o Open Banking foi composto por quatro grandes fases desde o seu surgimento, em fevereiro de 2021: “a primeira fase iniciou pelas instituições financeiras, as quais tiveram que compartilhar os dados sobre seus produtos e serviços financeiros, como os tipos de produtos comercializados, as taxas praticadas e até mesmo a localização de suas agências”, inicia o acadêmico.
“Na segunda fase é onde inicia efetivamente o compartilhamento de dados dos clientes dos serviços financeiros entre as diferentes instituições, ou seja, o cliente pode autorizar o compartilhamento dos seus dados entre instituições a seu critério”, continua Jhonatan Hoff.
O professor complementa: “já na terceira fase o cliente pode realizar pagamentos fora do ambiente dos bancos tradicionais e também solicitar propostas de crédito de diferentes instituições ao mesmo tempo. Por último, na quarta fase, que também foi chamada de Open Finance, o escopo dos dados compartilhados de serviços financeiros foram ampliados e passaram a englobar informações como dados de investimento, seguros e previdência, entre outros”.
A primeira fase foi iniciada no Brasil em janeiro de 2021, enquanto que a segunda e a terceira foram implementadas nos meses de agosto e outubro, respectivamente. A última fase, Open Finance, surgiu em dezembro do mesmo ano, conforme evidencia o Banco Central na página referente ao OB.
Sistema auxilia na educação financeira do brasileiro
Ainda segundo o coordenador do Curso de Ciências Contábeis da faculdade FIPECAFI, o Open Banking também permite a visualização das informações financeiras de diferentes bancos em uma única plataforma, o que garante uma experiência do cliente mais satisfatória e permite um controle financeiro ainda maior por parte do público.
Vale lembrar que somente as instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central podem integrar o Open Banking. Apesar disso, outras empresas podem ingressar nesse ecossistema, se cumprirem com as diretrizes propostas na regulamentação. A lista com as entidades aprovadas para fazer parte desta experiência pode ser encontrada clicando aqui!
Ainda convém ressaltar que este novo modelo de negócio é totalmente seguro, já que é conduzido a partir do consentimento dos clientes, envolve apenas corporações aprovadas pelo BC e permite a revogação do compartilhamento de dados, caso o usuário assim desejar. Ademais, o sistema financeiro aberto já foi testado e aprovado por vários países, como o Reino Unido, pioneiro neste setor e a Austrália, situada na primeira fase do programa. As demais nações, como os Estados Unidos e o Canadá estão em processo de análise mas pretendem implementar a novidade em seus territórios.
O Open Banking sob a ótica dos próprios bancos
No último dia 9 de agosto, durante o evento de tecnologia bancária, Febraban Tech, o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, contou sobre suas perspectivas e experiências a respeito deste novo sistema financeiro.
Segundo ele, além de ser mais certeiro na apresentação de produtos específicos para os clientes, o Open Banking possibilita a criação de novas plataformas de negócio por meio da ajuda mútua: “parcerias trazem novas oportunidades de negócio. Temos hoje em nosso marketplace, 27 grandes varejistas. A plataforma gera receita entre 9% e 10% para o banco. É uma janela enorme de oportunidades e ainda para conhecer melhor os clientes, seus hábitos”, pontua o presidente do BB, que ressalta o ganho de R$ 430 milhões de receita com após a instalação deste novo modelo.
A título de curiosidade, a Febraban divulgou em seu portal que, ao longo do primeiro ano de implementação no Brasil, foram realizadas 231,1 milhões de chamadas entre os participantes para o compartilhamento de dados e não foram constatados problemas estruturais tampouco burocráticos em nenhuma das quatro fases.
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