Por Jacques Meir* – diretamente de Barcelona – especial para o Consumidor Moderno Experience Summit 2015
O Consumidor Moderno Experience Summit 2015 vivenciou o primeiro dia do Workshop sobre megatrends, sob a coordenação do Instituto de Copenhagen de Estudos Futuros – CIFS. A proposta foi a de olhar além do horizonte representado pela “crise política e econômica”, vivenciada pelo Brasil. A apresentação e condução dos trabalhos foi do Head do CIFS Latam, Peter Kronstrøm.
A pergunta-chave desse primeiro dia de workshop foi justamente sobre a importância de se estudar o futuro – a partir, claro, do que efetivamente significa estudar o futuro.o
A ideia geral defendida e embasada pelo CIFS é que não existe apenas um futuro. São várias possibilidades, derivadas de diversas causalidades que, combinadas, podem criar cenários distintos. “O amanhã não será como hoje, apenas um pouco diferente”. “O amanhã será sempre muito diferente. O futuro está aqui, mas distribuído de forma desigual”. A nossa tendência é de sempre pensar em futuros que controlamos, que esperamos ser semelhantes ao presente, mas este futuro é normalmente o que tem menor probabilidade de ocorrer. O ideal é traçar cenários de longo prazo, capazes de prevenir a destruição de valor que certamente vem junto com o futuro.
O workshop e a metodologia de estudos do futuro provocou discussões intensas entre os participantes do evento
Peter também destacou que a incerteza é a nova realidade. O mundo será altamente incerto. E saber conviver com a incerteza – e mesmo prever eventos altamente improváveis, wildcards ou cisnes negros – é tarefa e competência essencial dos executivos nos dias de hoje.
A seguir, o Head do CIFS Latam apresentou as 14 megatrends que irão moldar o futuro nos próximos 20 anos. Sustentabilidade, crescimento demográfico, imaterialização, comercalização, globalização, individualização são algumas dessas tendências – que interagem fortemente e são fruto de diversos fatos, movimentos, micro-tendências e manifestações que se aglutinam e se sucedem até formarem blocos inevitáveis de ações que impactam e modificam a sociedade, a política, a economia, a cultura e os negócios. Os participantes do Summit formaram grupos para refletir sobre conjuntos de tendências, buscando discutir quais delas seriam determinantes para o futuro do Brasil.
Uma visão prática da aplicação e alcance das megatrends: pensando o Brasil a partir delas
O objetivo foi mostrar as megatrends como um conjunto de técnicas que podem ser utilizadas para que os executivos obtenham uma visão externa às suas empresas e organizações, para entender os contextos e aprimorar a gestão de riscos dos negócios. Peter fez diversas provocações e demonstrou casos reais em que organizações conseguiram se beneficiar de sua capacidade de predizer e antecipar cenários e possuírem contramedidas efetivas para lidar com novos cenários.
A continuidade dos trabalhos está baseada justamente em como aplicar essas técnicas de identificação de megatendências nas organizações e como desenvolver ações para lidar com incertezas, bem como mapeá-las combinando ciência, observação e imaginação.
*Jacques Meir é Diretor de Conhecimento e Plataformas de Conteúdo do Grupo Padrão.