Pelo segundo mês consecutivo, o número de famílias endividadas aumentou na capital paulista. Em janeiro, 51,8% das famílias paulistanas possuíam dívidas, um crescimento de 12,5 pontos porcentuais em relação ao mesmo período de 2014. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
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Em termos absolutos, o número de famílias endividadas subiu para 1,857 milhão em janeiro, um aumento de 450 mil em comparação ao total de 1,407 milhão no mesmo mês de 2015. Em relação ao prazo das dívidas, a pesquisa revela que 36,6% dos endividados têm dívidas com prazo superior a um ano; 25,6%, de até três meses; 19,6%, entre três e seis meses; e 16,5%, entre seis meses e um ano.
De acordo com os assessores econômicos da Entidade, a alta do número de famílias endividadas no primeiro mês de 2016 está relacionada ao aumento de gastos dos consumidores com as festas de fim de ano, que impactam significativamente o orçamento neste inicio de 2016. Além disso, os consumidores endividaram-se em razão do cenário econômico, no qual a alta de preços de bens e serviços essenciais e o encarecimento do crédito pressionaram o orçamento.
Inadimplência
Em janeiro, 17,2% das famílias paulistanas disseram estar com as contas em atraso, 6,3 pontos porcentuais superior em relação ao mesmo período em 2015 (10,9%). Em números absolutos, o total de famílias com contas atrasadas atingiu 615 mil. Entre as famílias com contas em atraso, 54,2% têm contas vencidas há mais de 90 dias; 22,9% têm contas atrasadas entre 30 e 90 dias; e 20,5% do total de famílias estão com atrasos de até 30 dias.
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Tipos de dívida
O cartão de crédito permaneceu como principal tipo de dívida das famílias paulistanas, citado por 72,6% das famílias endividadas, seguido por carnês (17,3%), financiamento de carro (16,3%), financiamento de casa (12,2%), crédito pessoal (11,2%) e cheque especial (9,8%).
Em janeiro de 2015, apenas 52,4% das famílias endividadas tinham dívida no cartão. Segundo os economistas da Federação, a explicação para o aumento desse tipo de endividamento está no fato de que, com a alta de preços de itens não financiáveis), como alimentos e energia elétrica, a renda disponível no mês para outras despesas fica cada vez mais restrita. Com isso, as famílias buscam no parcelamento do cartão ou no pagamento de apenas uma parcela da fatura uma via de financiamento para compra de itens adicionais.
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