“Todos estamos no negócio de transformação, sejam homens se transformando, sociedades que se transformam, empresas que se transformam e isso em uma realidade direcionada por algoritmos”. Com essa introdução, Roberto Meir, CEO do Grupo Padrão, deu início ao New Retail Summit, evento que inaugura o ciclo de Retail Meeting Days, do Grupo Padrão, para embarcar conhecimento de alto nível e, assim, ajudar os varejistas brasileiros a enfrentarem um período de transformações profundas.
O New Retail Summit foi concebido para debater e provocar reflexões agudas sobre novos modelos de varejo, combinando tecnologias, formatos, canais para reinventar o negócio em cada etapa da jornada do cliente. Aliás, a própria jornada do cliente ganhará novos contornos.
Para isso, a área de de conhecimento do Grupo Padrão construiu uma parceria com a Hyper Island, a mais instigantes instituição global voltada para produção de pensamento inovador para oferecer um workshop que envolvesse ativamente os participantes do evento.
Benito Beretta, diretor da Hyper Island, abriu os trabalhos contando um pouco da história da instituição, que teve sua primeira sede em um antigo presídio na Suécia, justamente para valorizar o compromisso de dar liberdade para as pessoas. Os fundadores da Hyper desde o início trouxeram profissionais de áreas diversas para oferecer diversidade ao pensamento corporativo.
Aprendendo a reaprender
“A Hyper ISland se preocupa inicialmente com o humano. Hoje à noite, depois da vinícola, teremos uma sessão especial de xamanismo e bruxaria”, brincou o coach da empresa sueca.
Ele procurou mostrar o quanto devemos nos deslocar da zona de conforto para criarmos inovação e provocarmos mudanças na vida e nas empresas.
Beretta cita Alvin Toffler e diz que os analfabetos do século XXI são aqueles que não consigam aprender, desaprender e reaprender. Isso significa que as pessoas precisam estar dispostas a reaprender continuamente, incorporando novas habilidades e ideias.
Todo esse contexto teve o objetivo de preparar os participantes para uma série de atividades baseadas em metodologias ágeis, cheias de tarefas manuais, registro de símbolos e discussões de grupo, para criar sempre mentalidades e conceitos diferentes. A ênfase é sempre nos assuntos práticos, para inspirar confiança, troca, compartilhamento.
O uso constante de simbologias, histórias, metáforas, ícones e rituais faz parte da metodologia da Hyper Island, que incentiva a participação coletiva de forma leve e quase frugal.
Um bom exemplo é a metáfora do peixe fedido, ritual sueco que consiste em manter uma latinha de peixe guardada durante anos, para simbolizar aquilo que guardamos conosco e deixamos apodrecendo e toma conta de nossas ações e decisões.
“Quais os medos e anseios em relação aos da transformação digital no varejo”? Foi a pergunta que Natalia Zimerfeld, também coach da Hyper Island, fez para os participantes. Dessa forma, incentivou todos a pensarem sobre a transformação em si e o que ela representa nos níveis pessoal e profissional, liberando os “peixes fedidos” do íntimo.
Vulnerabilidade
Medo de fracasso, incapacidade de se adaptar, perda de relevância, vulnerabilidade na gestão de dados, podem levar empresas a se tornarem obsoletas nesse momento de transformação incessante. Estes foram os “peixes fedidos” descobertos no processo conduzido pela escola sueca durante a parte inicial do workshop. O fato é que o varejo está vulnerável a uma série de vetores de mudança e parece um tanto desnorteado diante desse contexto.
Conseguiremos manter a relevância da natureza humana diante da ascensão de um mundo digital?