A Natura fechou o primeiro trimestre deste ano com um prejuízo líquido de R$ 69 milhões, segundo informou hoje a empresa. No mesmo trimestre do ano passado, a empresa registrou um lucro líquido consolidado de R$ 119,6 milhões.
O recuo da companhia veio mesmo com o crescimento de 2,9% nas vendas líquidas consolidadas. O resultado positivo deve-se à receita internacional, que registrou forte aumento de 42,4%. No Brasil, o recuo foi de 9,8%.
As operações internacionais representaram 33,6% da receita líquida total do período. Já o resultado do Brasil foi fortemente influenciado pelo cenário recessivo. “Também é importante destacar que em 2016 postergamos o inicio da campanha do dia das mães em relação a 2015, concentrando assim uma parcela maior das receitas no mês de abril”, disse a empresa em relatório.
O prejuízo, segundo a companhia, foi impactado, dentre outros motivos, pela reavaliação da provisão para a aquisição da parcela remanescente da Aesop. Apesar dos resultados, a empresa conseguiu manter o market share, que ficou em 11,1%.
“Ao mesmo tempo em que estamos fazendo uma gestão orçamentária muito mais rigorosa e voltada também à proteção do caixa, nossa prioridade é a execução do plano estratégico concebido e aprovado em 2015 pelo Conselho de Administração. O foco será na revitalização da venda direta, em propostas inovadoras de produtos e conceitos com diferenciais de tecnologia e desempenho, na racionalização do portfolio, na revisão do posicionamento e estratégia da marca, no desenvolvimento de novas alternativas de canais, no desenho de uma organização mais ágil e eficiente e na continuidade do crescimento acelerado fora do Brasil”, considerou a empresa.
Uma das estratégias saiu do papel ontem: a Natura abriu a primeira operação própria, em São Paulo. Outra iniciativa é a digitalização do canal de venda direta. Até agora, o aplicativo registrou 200 mil downloads. O aplicativo já responde por 7% dos pedidos.
A marca também reforçou a estratégia de racionalização do portfólio, com foco nas linhas de beleza, e passou a vender a linha SOU em farmácias: em março, 700 lojas estavam oferecendo os itens. A ideia é que esse número chegue a 1200 pontos até metade do ano. A empresa também lançou um e-commerce para o consumidor final.
Somente nos três primeiros meses do ano, a empresa investiu R$ 48 milhões, sendo R$ 34 milhões no Brasil e R$ 14 milhões nas operações internacionais.