O mundo que temos hoje está bem diferente de 10 anos atrás em meio ao cenário de uma crise global. Muitos fatores se modificaram, entre eles a tecnologia, as empresas e o comportamento da população mundial. Resumidamente, passamos por uma década de mudanças constantes.
“Com a ruptura que tivemos em 2008, junto com a ruptura tecnológica de acesso a informação, muita coisa mudou em como se relacionar com as pessoas”, ressalta Ricardo Moura, diretor Latam Marketing da GfK América.
Mudanças no consumo
Uma década após a recessão global, o conceito de marca é totalmente diferente ao que se tinha no passado e a confiança do consumidor está mais volátil.
Atualmente existem muito mais marcas chinesas em destaque e o movimento de consolidação está mais rápido.
“Hoje a relação que temos com as suas marcas é totalmente distinta. São marcas emergentes, marcas novas, que criam novos relacionamentos, novos pontos de contato e entregam realmente experiências distintas”
Apesar de ser diferente do que se tinha no passado, os conceitos e valores de marca ainda continuam a ganhar importância pela população e o relacionamento entre marca e cliente está ainda mais delicado. Para o diretor, “as pessoas esperam que as marcas ajudem e entreguem algo de bom”.
Veja quais as preocupações que aumentaram na América Latina em dez anos
Desigualdade econômica no pais ?
Alterações climáticas globais ?
Poluição do Meio Ambiente ?
Custo da saúde ?
Informações pessoais que podem cair em mãos erradas ?
Corrupção por funcionários do governo ?
O futuro dos planos de aposentadoria ?
Inflação e alto preço ?
Extremismo religioso ?
A tecnologia
Novas tecnologias e novas formas de comunicação também estão presentes. Esses aparelhos ganharam espaço e a interação agora é desigual. A voz da população cresceu globalmente junto aos meios de comunicação mais práticos. No entanto, por trás do aumento da tecnologia de voz, há também “uma exigência cada vez maior pela simplicidade”. Antes a grande preocupação era a questão de custo, hoje a privacidade é mais relevante.
O mundo está “Figital”
A crise no varejo que vem afetando grandes redes, ainda mais nos Estados Unidos, também é um episódio novo. Algumas pessoas colocam a responsabilidade no comércio online. Mas Ricardo acredita que não é somente isso.
“Se ainda pararmos para olhar alguns países em desenvolvimento, como Índia, México, China e Brasil, além de lojas e shopping centers, veremos que eles ainda são vistos como algo fundamental”, destaca.
De acordo com uma pesquisa feita pela GfK, ao analisar 62 milhões de vendas, mais de 70% da compra de uma Black Friday, por exemplo, é Off e não On. Chegando a conclusão que atualmente o mercado está “figital”, uma integração entre os dois conceitos. Ou seja, a maioria das compras termina em lojas físicas, mas têm início na internet e vice-versa.
Segundo Ricardo, alcançamos uma época onde o a experiência conjunta é o que as pessoas querem e isso impacta diretamente na relação que o cliente tem com a marca.
“Se eu tenho uma relação ‘figital’, a experiência final do consumidor e consequentemente o relacionamento que ele terá com a minha marca é muito melhor”
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