Um estudo desenvolvido pela University of St. Gallen, na Suíça, comparou o desempenho de homens e mulheres do primeiro escalão do tênis para observar como é o comportamento em momentos de pressão intensa.
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O desempenho das mulheres foi melhor e elas tiveram menos saques rebatidos por suas adversárias. O estudo levou em conta o desempenho apenas dos sacadores. A explicação é de que, no tênis, em 72,6% das vezes, quem saca consegue ganhar a disputa pelo ponto.
“Descobrimos que o desempenho dos homens se tornava pior que o das mulheres quando o game estava num momento crucial. Por exemplo, em momentos em que o set estava 4-4, o número de serviços de atletas masculinos que foi quebrado aumentou 7 pontos percentuais depois que os jogadores chegaram ao empate”, explica Alex Krumer, PhD em Economia e responsável pelo estudo, à publicação Harvard Business Review.
O estudo contemplou apenas atletas de elite e avaliou o resultado apenas nos primeiros sets dos jogos, quando a interferência do cansaço e de outros fatores é menor.
No mundo corporativo
Krumer faz um paralelo com o mundo corporativo, mais especificamente com as posições de CEO, onde a cobrança por resultado e a necessidade de calma e decisões precisas em momentos de estresse são maiores. A doutora da Universidade St. Gallen aponta que, apesar de as mulheres mostrarem uma qualidade mais propícia para momentos como esses, apenas 4% delas ocupam cargos de direção executiva nas empresas presentes na Fortune 500.
A especialista cogita a forte influência de fatores biológicos nessa diferença de desempenho. A acadêmica descobriu, em estudos anteriores, que na modalidade masculina dos campeonatos de judô costumam vencer a luta pela medalha de bronze o competidor que chegou à disputa depois de uma vitória. Os que haviam perdido a chance de disputar o ouro tinham desempenho pior. “A testosterona, um comprovante estimulante de desempenho, atinge picos depois de vitórias e sofre declínio depois de derrotas nos homens, mas não nas mulheres”, explica.
O menor efeito dos hormônios em tomadas de decisão nas mulheres também permite, segundo Krumer, que as mulheres saibam lidar de maneira mais serena com vitórias sucessivas, sendo menos afetadas pelo excesso de confiança em momentos absolutamente favoráveis.
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