As micro e pequenas empresas estão cada vez mais receosas com a crise econômica e, por conta disso, têm diminuído o ritmo de investimentos no próprio negócio. É o que mostra o indicador divulgado hoje (24) pela CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas).
Na comparação entre novembro e dezembro, o indicador caiu de 25,16 pontos para 24,68 pontos, sendo que quanto mais próximo de 100, maior é a propensão ao investimento.
Segundo a pesquisa, 81% dos micro e pequenos empresários dizem não considerar que este é um bom momento para ampliar o seu negócio. Entre aqueles que fazem essa avaliação, a principal justificativa é a incerteza política, mencionada por 40,3%. Outros 31,0% dizem que este é um mau momento porque a recessão econômica irá continuar. Há ainda 11,9% que constatam que suas vendas estão diminuindo.
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Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os resultados mostram que a intenção de investir é baixa entre os micro e pequenos empresários. ?O fato pode ser explicado pelo mau momento da economia brasileira, que atravessa o segundo ano consecutivo de recessão e pelo abalo da confiança dos empresários e consumidores. Em termos percentuais, 71,7% não pretendem realizar nenhum investimento nos próximos três meses?, explica Kawauti. Os que pretendem investir somam apenas 21,25%.
A inadimplência dos clientes também pode ser um fator a mais para fazer os MPEs esperarem mais tempo para fazer investimentos e aumentar seus negócios. Questionados sobre o comportamento de sua carteira de clientes, 40,9% dos micro e pequenos empresários dizem ter clientes com contas em atraso ? 36,8% dizem não tê-los porque só vendem com cartão ou dinheiro. Entre os que possuem clientes com dívidas em atraso, 60% afirmam que a inadimplência aumentou na comparação entre 2014 e 2016.
O principal investimento a ser realizado pelos entrevistados que pretendem investir é a reforma da empresa, mencionada por 41,2%. Também aparecem com destaque investimentos em mídia e propaganda (31,8%) e a ampliação dos estoques (31,2%). Entre eles, a maioria pretende usar capital próprio (66,5%) e outros 25,3% pretendem recorrer a empréstimos em bancos e financeiras.
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