*por Danilo Toledo
A pergunta do título não é necessariamente verdade, mas a sensação que a maioria dos varejistas tem ao receber o orçamento de um projeto é que todos os fornecedores estão fora da realidade do mercado e querem, a todo custo, cobrar rios de dinheiro por algo que poderia ser muito mais acessível.
Essa reação é natural, principalmente para quem está acostumado com projetos web no atual cenário dos negócios, o que exigiu uma mudança do comportamento do consumidor e tem, cada vez mais, pressionado as marcas a procurar soluções móveis.
Os motivos para a diferença de preço poderiam consumir o restante deste artigo, mas basicamente derivam da escassez de mão de obra qualificada, como desenvolvedores, planejadores, arquitetos de informação e designers especializados em mobilidade.
Por isso, produzir mobile no Brasil realmente pode custar caro. Mas já existem soluções em que é possível reduzir esse valor e conseguir resultados satisfatórios, além de um mindset por parte das empresas.
O primeiro passo que precisa ser dado pelos tomadores de decisão é entender que o custo de mobile não é algo que deva ser avaliado apenas pelos setores de TI, Marketing ou qualquer outra área, mas sim da empresa como um todo, afinal, soluções desse tipo podem gerar dados que beneficiam toda a cadeia de negócios.
O grande diferencial da mobilidade é que, mais do que software, um aplicativo é também um meio de comunicação e o único que está 24 horas por dia com o cliente. Com ele, é possível, além de entregar conteúdo para o consumidor, fazer com que ele devolva inteligência para o negócio. E se a mobilidade não for entendida como tal, ela significa um rio de dinheiro jogado fora.
Os primeiros varejistas que entenderam essa diferença investiram sem medo entre 2012 e 2014 e hoje, surfam em uma onda cristalina mesmo diante do atual cenário econômico do país. Não é segredo para eles que, mesmo a economia desacelerando, o faturamento de mobile não para de crescer.
Isso não quer dizer que os investimentos devam ser necessariamente altos logo no primeiro momento. Como disse, já existe uma série de ferramentas disponíveis que possibilita, com até mesmo nenhum investimento inicial, colocar rapidamente em produção uma estratégia de mobilidade custo-efetivo.
De conversores de site desktop para móveis, até soluções de aplicativos customizados para supermercados já existem modelos de negócios baseados, por exemplo, em taxa de sucesso/utilização. Porém, é preciso entender qual o mais adequado para o momento e o tamanho do seu varejo. Soluções baseadas em taxa de sucesso podem parecer ótimas opções por não possuírem risco inicial, mas a partilha, no final das contas, pode ficar mais alta do que bancar o custo do projeto à vista. E é bem capaz que você prefira ter a sua solução desenvolvida sob medida.
Para acertar na escolha é preciso, antes, planejar bem a estratégia de mobilidade. Avaliar o seu mercado, o seu consumidor e o potencial que ela pode trazer especificamente para o seu negócio.
*Danilo Toledo é diretor da Taqtile