Os Millennials são mais perfeccionistas? De acordo com um estudo recém-publicado pela Associação Americana de Psicologia, a resposta é sim. Em relação às gerações anteriores, os jovens de hoje cobram mais de si, exigem mais dos outros e lidam com altos níveis de pressão social em busca da perfeição.
O levantamento, que avaliou mais de 41.000 estudantes americanos, canadenses e britânicos entre 1989 e 2016 usou uma escala criada pelos estudiosos Paul Hewitt e Gordon Flett para comparar as gerações. Foram considerados três tipos de perfeccionismo: o auto-orientado, o socialmente prescrito (cujos padrões são ditados pelas expectativas dos outros) e o orientado por outros (padrões perfeccionistas aplicados a outras pessoas). Nos últimos 27 anos, o primeiro cresceu 10%; o segundo 33% e, o terceiro, 16%.
Causas
A explicação dos pesquisadores seria o fato de as novas gerações terem se tornado mais individualistas, materialistas e socialmente antagonistas, com jovens mais ansiosos e que se desenvolvem em ambientes mais competitivos, com expectativas menos realistas e sob o olhar de pais mais controladores em relação às gerações anteriores.
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Para Thomas Curran, um dos autores do estudo, dados apontam as mídias sociais como uma das causadoras do aumento do perfeccionismo. Outros fatores seriam o individualismo competitivo, o aumento da meritocracia e de pais mais ansiosos e controladores.
“A meritocracia impõe entre os jovens uma forte necessidade de lutar, realizar e alcançar “, disse Curran em um comunicado. “Os jovens estão respondendo a expectativas educacionais e profissionais cada vez menos realistas. Como resultado, o perfeccionismo está aumentando entre os Millennials”, afirma o especialista da Universidade de Bath, na Inglaterra.
Riscos
E, embora alguns psicólogos acreditem que o tal perfeccionismo, que virou resposta cliché nas entrevistas de emprego, possa ser saudável na hora de conquistar objetivos, os pesquisadores destacam o risco desse tipo de comportamento levar a um ciclo de expectativas intangíveis e autoavaliações críticas, que podem causar depressão, ansiedade e pensamentos suicidas.
Diante dessas constatações, os pesquisadores sugerem que as escolas e as empresas encontrem formas de reduzir a concorrência, tornando o convívio dos jovens com amigos e colegas de trabalho mais saudável e promissor.