Os micro e pequenos empresários dispostos a contratar crédito registra apenas 10,75 pontos em julho, em uma escala de zero a 100 pontos, sendo 100 a maior probabilidade de contratação. No mês anterior o indicador marcou 11,65 pontos.
Os dados fazem parte do indicador mensal calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes (CNDL).
De acordo com o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a baixa intenção em adquirir empréstimo se dá em razão da desconfiança com os rumos da e economia do País. ?Diante dos juros elevados e da demanda do consumidor retraída, muitos empreendedores recorrem aos recursos próprios como alternativa aos empréstimos e financiamentos em bancos?, explica o presidente.
Segundo o levantamento, 36,1% dos empresários consultados consideram que atualmente está ?difícil? ou ?muito difícil? conseguir aprovação de crédito junto a instituições bancárias. Em junho deste ano, esse porcentual era de 34,25%. Entre os que acreditam nessa dificuldade, 47,8% acreditam que a burocracia é o principal motivo do pessimismo e outros 34,3% chamam a atenção para as altas taxas de juros do mercado.
Somente um em cada 10 empresários tem intenção de contrair crédito nos próximos três meses. Entre os motivos estão à formação de capital giro (48,6%), seguido pela compra de equipamentos (43,1%), reforma da empresa (25,0%) e o pagamento de dívidas (23,6%). ?Um sinal de que empreendedores estão sentindo dificuldades para honrar seus compromissos é que a tomada de crédito para o pagamento de dívidas está entre as opções mais citadas?, diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
O indicador de investimento calculado pelas instituições registrou 22,76 pontos em julho. E mostra uma piora no cenário em relação aos últimos dois meses, já que os índices ficaram abaixo dos 25,98 e 32,06 pontos observados em junho e em maio deste ano, respectivamente. Ao todo, 23,7% dos micro e pequenos empresários consultados pretendem realizar algum investimento nos próximos três meses.
Entre os que pretendem investir, 65,8% usarão o dinheiro para próprio bolso e 25,1% irão recorrer a empréstimos em bancos e financeiras. A opção de recorrer ao capital próprio acontece, na opinião dos pesquisados, principalmente, para evitar o pagamento de juros (45,5%) e por conta do medo de fazer novas dívidas (30,9%).
Leia mais
Confiança das MPEs apresentou alta de 1,87%