Em 2001, quando a internet causava uma reviravolta na indústria de mídia, desbancando principalmente os jornais impressos, os sócios de uma empresa de publicidade com sede em Toronto, no Canadá, perceberam que para sobreviver a nova era seria necessário se reinventar.
Foi quando decidiram, com a ajuda de uma consultoria, abrir a AdtrackMedia, que nasceu focada no desenvolvimento de mídia Digital Out Of Home – chamada de DOOH – que tem o objetivo de impactar consumidores em locais onde passam durante seus trajetos, como pontos de ônibus, praças, shoppings e supermercados.
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Após analisar diversos espaços onde pudessem explorar a publicidade, a empresa decidiu investir em uma tecnologia para exibição de vídeos, de até 15 segundos, em túneis do metrô – algo inédito no mundo. Na prática, o vídeo acompanha o percurso do trem em movimento e o usuário assiste de dentro do vagão.
“É um local com alto fluxo de pessoas de diferentes targets, que ficam por um tempo em um mesmo local e, portanto, uma excelente oportunidade para se comunicar com o público”
Leander Menezes, diretor comercial da Adtrack no Brasil.
O executivo lembra que a espera forçada – ou seja, quando o usuário precisa obrigatoriamente aguardar a estação de destino para desembarcar – é o que garante o sucesso deste tipo de ação. “Direta ou indiretamente, o público consome conteúdo enquanto espera”, comenta.
Não à toa, a DOOH tem caído no gosto das marcas. De acordo com a pesquisa Global Digital Out of Home Market, este mercado deve ultrapassar os 5 bilhões de dólares até 2022 – e há três anos é a segunda modalidade que mais cresce no segmento de mídia.
Em Madrid, na Espanha, País considerado um dos mais adiantados neste tipo de publicidade pela Adtrack, tem até fila de espera. Para ter sua publicidade veiculada em um túnel de metrô, é preciso aguardar, pelo menos, um ano e meio.
O que está por trás desta demanda crescente é a gama de benefícios proporcionada por este tipo de exposição.
Segundo Menezes, as empresas que decidem trocar o papel pelo digital chegam a economizar 30% com investimentos em publicidade – já que não é necessário arcar com impressões de cartazes e banners, por exemplo.
Além disso, as marcas conseguem ganhar escala na divulgação de seus produtos e serviços.
“Por ser tudo digital, é possível alterar as campanhas publicitárias em alguns segundos e distribuí-las por diversos metrôs espalhados pelo mundo”, complementa o executivo.
Somada a essas vantagens, as tecnologias usadas para transmitir a propaganda digital são altamente eficientes: as colunas de led usadas nos túneis do metrô, por exemplo, podem funcionar até 10 anos sem qualquer manutenção.
Além da capital Espanhola, a Adtrack atua em metrôs de Los Angeles, nos Estados Unidos, e Seoul, na Coréia do Sul.
No Brasil, a empresa está instalada desde 2013 e atua com a publicidade digital na Linha-4 Amarela, administrada pela concessionária ViaQuatro, e que chega a receber 800 mil usuários por dia.
Dolce Gabbana, Emirates, Stock Car, Seguros HDI, Instagram e Neon Banco são algumas das marcas que contrataram a publicidade em túnel. “Mas já estamos em negociação com outras linhas”, reitera o executivo.
Hoje, a unidade no Brasil fatura R$ 2,5 milhões por ano, fatia que representa 15% do volume global movimentado pela companhia. A expectativa é que em 10 anos, a empresa cresça 60% no País, principalmente, com o avanço da malha ferroviária, que ainda é bastante restrita por aqui.
“Dentre os mercados onde a empresa atua hoje, o Brasil é um dos que tem maior potencial de crescimento”, conclui Menezes.