O medo, assim como a ansiedade e a capacidade de julgamento diante do risco, garante que continuemos vivos. Na medida certa, esses sentimentos, sensações ou características são fundamentais para a saúde e a sanidade dos seres humanos e tornam possível a convivência entre pessoas. Se não tivermos nenhum medo, perderemos a noção do perigo real – porém, é fundamental entender que existe um limite para essa sensação.
Mas, afinal, o que é o medo? E será que existe um padrão para esse sentimento? Será que existe uma régua que mede o limite do “normal” quando se diz respeito a esse assunto? A FCB Brasil desenvolveu um minucioso estudo sobre o assunto, entrevistando pessoas de forma qualitativa; pessoalmente e pela internet; considerando contextos e conceitos variados.
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A primeira conclusão foi justamente que o medo é natural: faz parte do ser humano que está em suas plenas capacidades, do “padrão” que a mente costuma seguir, em uma sociedade como a nossa. Naturalmente, o primeiro medo que sentimos é o medo da morte – e justamente por isso ele torna possível a nossa convivência em sociedade. Por causa dele, atravessamos a rua com cautela, evitamos conflitos, fazemos exames médicos e tratamentos para eventuais doenças.
Onde tudo começa?
O ponto seguinte do estudo envolve justamente as motivações: o que nos leva a essa sensação? A empresa dividiu os medos entre tipos. No primeiro, chamado primordial, se encaixam riscos intrínsecos ao ser humano: a morte e o perigo de perder um filho. Na pesquisa, a FCB Brasil identificou que 75% das pessoas têm muito medo de qualquer ameaça (doença ou morte) que possa atingir os filhos.
No segundo, identificado como ancestral, incluem-se medos biológicos e antigos, infiltrados nos pontos mais profundos da mente, que já fazem parte da natureza humana. De acordo com o estudo, 49% dos entrevistados afirmaram que possuem algum medo desse tipo – predadores, altura, avião, escuro, dor física são algumas das opções.
Vítimas da sociedade ou da própria mente?
Uma categoria seguinte, chamada de medos contextuais, reúne sensações causadas pela situação em que se vive – e que poderiam ser eliminados se o contexto fosse outro. Nesta categoria, está encaixada a violência, que foi identificada em diversos tipos de resposta – desde guerra civil até ser violentado ou estuprado.
Entre os contextuais, há também os medos sociais (representado por 38% dos respondentes) e os individuais (identificados por 78%), representados por citações como ser enganado, traído, rejeitado (no caso social) e decepcionar as pessoas amadas, falhar como pai/mãe, não ser feliz (no caso individual).
Como mostra a FCB Brasil, até agora, os medos foram divididos da seguinte forma:
Contudo, a sociedade digital desenvolveu novos medos – e eles são realmente assustadores, porque indicam uma transformação radical no que consideramos normal. Para explicá-los, a FCB Brasil fez uma divisão em três blocos: Screen society (Sociedade do espetáculo), Info cosmos (Era do acesso) e Jelly structure (Queda das instituições).
Nos próximos dias, falaremos sobre cada um deles. Acompanhe.