Sempre falo que um dos quesitos mais importantes da educação financeira é o planejamento e para se planejar é preciso ter tempo. Sendo assim, já quero falar sobre um tipo de despesa que representa um valor significativo no orçamento das famílias no início do ano: matrícula escolar.
Esse é um tema delicado, pois, na verdade, é um investimento no futuro dos filhos, portanto, não pode ser tratado de qualquer maneira, ?do jeito que der?. É necessário se programar para valer, fazer as contas com antecedência e cortar gastos, se for necessário. Tudo para garantir um estudo de qualidade às nossas crianças.
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Então, para que seja feito de maneira apropriada, é preciso que a família pare para fazer um diagnóstico financeiro, saber qual a situação financeira em que se encontram. Se for de endividamento, é hora de rever todos os gastos e avaliar, inclusive, a continuidade do filho na escola, os prós e contras.
Sentar e conversar com as próprias crianças para saber deles se gostam de lá e querem continuar. Muitas vezes, não percebemos algo nesse sentido e acabamos fazendo um esforço para mantê-los em um lugar que eles nem sequer gostariam de estar. Caso a criança prefira mudar, por exemplo, dá tempo de fazerem uma pesquisa juntos, buscarem outras opções e analisarem para ver se cabe no bolso.
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Se quiserem muito continuar, mas a situação financeira não está permitindo, recomendo que marquem uma reunião com o diretor, expliquem a situação e perguntem como pode ser feito para viabilizar a permanência. Muitas vezes, perdemos oportunidades por falta de tentar. Pode ser que consiga uma bolsa, um desconto, mesmo que temporário, uma isenção da matrícula ou mesmo uma condição especial para pagar as mensalidades.
Enfim, é preciso tentar. A educação deve ser sempre uma prioridade. Se ainda assim não der certo, talvez tenha que partir para o plano B e procurar outra instituição. Essa transição pode ser um pouco dolorosa para a criança, por isso, não a deixe de fora das decisões, explique o que está acontecendo e tente fazer com que a situação ocorra da melhor maneira possível.
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Outra consideração que deve ser feita nesse processo de planejamento para 2016 é em relação a algumas despesas intrínsecas à rotina escolar, como uniforme, lanche, material, eventuais passeios, transporte etc. Acreditem, com tempo e educação financeira é possível garantir um estudo de qualidade para a nova geração, que formará uma sociedade muito mais consciente e sustentável do que a nossa, e assim por diante.
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Reinaldo Domingos é educador financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.