O Marco Pernambucano da Moda, criado com o objetivo de agregar toda a cadeia produtiva têxtil no Estado de Pernambuco, incluindo o polo de confecção do agreste, ainda não decolou. Segundo a gerente de Segmentos Econômicos da Secretaria Executiva de Políticas de Desenvolvimento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (SDEC), Karla Neves, apesar de a ideia da instituição ser muito promissora, o processo de implantação foi ?moroso?.
Em 2010, foi assinado o convênio através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado. Dois anos depois, foi elaborado o modelo da incubadora e só em setembro do ano passado é que foi assinado o contrato de gestão.
Karla, que é articuladora institucional de Políticas Públicas para o Desenvolvimento nas Cadeias produtivas de Moda, Confecções e Têxtil do Estado e responsável pelo projeto, falou nesta quinta (4) na 4ª edição do Modacamp, evento que reuniu entre quarta e quinta empreendedores e especialistas em moda. O encontro, realizado pelo Instituto Europeu de Design (IED) em São Paulo, tem o intuito de compartilhar ideias e experiências do setor.
O Marco nasceu para funcionar como uma escola de formação de estilistas e designers de moda voltada à profissionalização da criação e ao empreendedorismo. O projeto abrangeria suporte técnico, gerencial e formação complementar aos varejistas. O financiamento econômico foi repassado pela PetroquímicaSuape, que faz parte do subcrédito social do BNDES.
Segundo Karla, antes de criar o Marco, os profissionais pernambucanos do setor diagnosticaram problemas da cadeia produtiva no varejo de moda do Estado, como baixo preço, produção em escala sem valor agregado e informalidade. A partir dessas deficiências, foram pensadas novas estratégias de atuação empreendedora.
?Houve muita conversa e encaminhamentos mas de fato colocar a mão na massa foi só em setembro de 2013. Em março desse ano, houve a inauguração do mezanino, mas não podemos dizer que foi inaugurado o Marco Pernambucano da Moda porque ainda há muito a se fazer?, disse em painel realizado agora à tarde.
A data a que a gestora se refere (setembro de 2013) é a assinatura do contrato de gestão com o Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções em Pernambuco de R$ 1,36 milhão para o início dos projetos. A previsão é de que as ações sejam desenvolvidas em três anos e que o projeto se espalhe pelo restante do Estado.
Na ocasião, o secretário executivo de Políticas de Desenvolvimento da SDEC do Estado, Felipe Chaves, disse que a estimativa é que existam 200 empresas instaladas no Agreste do Estado e 50 na Região Metropolitana do Recife, todas aptas a participar da etapa inicial do Programa de Inteligência Mercadológica. A meta, segundo Chaves, é atingir ?grande parte dos cerca de 15 mil empreendimentos do Estado, entre formais e informais?.
Por enquanto, das 50 empresas incubadas pelo Marco, somente quatro sobreviveram e continuam no mercado. ?Reconhecemos nossa culpa. O processo em que trabalhamos foi muito conturbado. Não acertamos todos os ingredientes do bolo?, admite.
Imagem: Shutterstock
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