Os podcasts se tornaram rapidamente uma paixão nacional e diversos dados provam isso. Segundo levantamento da Insider Intelligence, o Brasil é o terceiro maior consumidor de podcasts no mundo em números absolutos, com mais de 39 milhões de ouvintes. A pesquisa ainda estima que o formato se popularize a 23,5% da população mundial conectada até 2024.
Isso ajuda a perceber o quanto o formato se popularizou no país, mas por que ele ganhou tanta projeção no Brasil? Victor Assis, CEO e empresário do PodPah, um dos maiores podcasts do país, responde.
“Durante a pandemia de Covid-19 houve o grande boom da popularidade dos podcasts no Brasil, o que ocorre por conta da facilidade de acesso ao conteúdo, poder ouvi-los enquanto realiza suas tarefas domésticas, no carro ou no transporte público, acompanhar o programa tanto pelos streamings de áudio, quanto pelos de vídeo. Tudo isso contribuiu para seu crescimento”, afirma.
“Além disso, o brasileiro possui um forte vínculo com o rádio, que continua sendo bastante consumido no país, ou seja, já possuem familiaridade com conteúdos em áudio e as abordagens mais modernas trazidas pelo podcast também ajudam a atrair mais o público jovem, o que potencializa sua evolução”, explica.
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Os podcasts são a chave para o engajamento
O público-alvo do PodPah tem idade de 18 a 24 anos, sendo 69% masculino e 31% feminino, concentrado nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste do país. Ao refletir rapidamente, tem-se que essa mesma audiência coincide com o foco de promoção de engajamento de diversas empresas. Mas por que investir em um dos formatos de podcasts seria a melhor alternativa para alcançar essas pessoas?
“O podcast cria proximidade com a audiência através dos hosts e o papo informal proporciona uma sensação de participação na conversa, fazendo com que o usuário engaje por horas no conteúdo”, frisa Victor Assis.
“Há diversas formas de conteúdo que engajam hoje em dia, como um papo descontraído (como os videocasts), um formato rápido de perguntas e respostas para consumo rápido ou até mesmo uma conversa pautada e tematizada. Diversas formas podem prender a atenção do usuário, basta entender o que o público procura e qual o seu interesse”, coloca.
Vale destacar que Victor Assis tem vasta experiência em marketing e branding de grandes empresas, como Bradesco e Adidas. Além disso, esteve envolvido nos projetos que circundaram os principais lançamentos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo de 2014.
No esporte, o especialista já foi Gestor de Branding do Palmeiras e, atualmente, é empresário do youtuber e influenciador digital Júlio Cocielo.
Os pontos de atenção são fundamentais
para um bom podcast
Como nem tudo são flores, é comum que algumas organizações cometam equívocos assim que se enveredam para o ramo de podcasts ao tentar estreitar a relação com o cliente.
Isso ocorre muitas vezes pela inexperiência, mas como o público digital não está para brincadeira, um único erro pode ser fatal para a reputação da marca.
Portanto, o CEO e empresário do PodPah conta que a essência do podcast não pode se perder em meio a tantos processos. “O papo deve ser solto, livre, menos pautado e pausado possível. A conversa não pode ter viés comercial e, óbvio, diversão é regra”, diz.
Já quando o assunto é como a companhia pode se beneficiar com os podcasts, Victor Assis é bem claro: representatividade vale ouro na internet.
“A marca pode se beneficiar da audiência de um podcast, comunicando um produto ou serviço, mas além disso, pode, principalmente, se beneficiar da imagem e da representatividade dos hosts com a audiência”, detalha.
“Os hosts têm uma relação de proximidade com o público e o endosso de marca que eles trazem é importante não só pra conversão de vendas, mas também para a marca anunciante”, completa.
Prova disso é que um estudo global da Edison Research mostrou que 81% dos ouvintes de podcasts confiam nas recomendações dadas pelos hosts e 71% acreditam mais nos anúncios veiculados em podcasts do que em outros tipos de mídia.
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Dados mostram a ascensão dos podcasts no Brasil
De acordo com o portal de dados Statista, o brasileiro passa, em média, uma hora diária ouvindo algum podcast. Em junho de 2022, 66% dos brasileiros disseram ouvir podcasts para finalidades de informação, enquanto 49% escutam com objetivo de ter entretenimento, e 32%, para educação.
Isso prova que muitos estão utilizando os podcasts como maneira de se informar, como um substituto de outros meios que exerciam essa função anteriormente, como a televisão ou o rádio.
Uma pesquisa realizada pelo Ibope para a CMI Globo mostrou que 44% dos brasileiros ouvem podcasts enquanto realizam tarefas domésticas, 38% ao navegar na internet, 25% antes de dormir e 24% quando trabalham ou estudam.
Já o estudo da Global Web Index mostra que cerca de 37% dos usuários da internet escutam algum episódio nas plataformas de streaming.
O Spotify lidera o ranking com 25% de participação no mercado, seguido pelo Apple Podcasts, com 20%, e Google Podcasts, com 16%, segundo dados da Statista com Ibope e Cupom Válido.
Por fim, vale lembrar que a pandemia foi um momento decisivo para o crescimento dos podcasts no Brasil. Na pesquisa de 2020 do Ibope para a CMI Globo, 57% dos ouvintes de podcasts começaram a ter esses hábitos de consumo durante o isolamento social.
Dos 43% que já ouviam, 31% passaram a ouvir mais do que antes também ao longo desse período. O que mais incentivou as pessoas que ouvem podcasts a irem atrás dessa mídia foi buscar conteúdo de interesse (41%). Em segundo lugar, curiosidade sobre o formato (27%), e em terceiro, indicação de amigos ou familiares (26%).
Essa tendência se confirma nos últimos dois anos. O site Statista traz o dado que em março de 2020, cerca de 13% dos internautas no Brasil já ouviam podcasts. Mas entre outubro de 2021 e março de 2022, esse percentual pulou para 28%.
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