O surgimento frenético de novas tecnologias torna o mercado dos negócios sensível, principalmente porque a cada novidade existe uma promessa “revolucionária” para o business. Mas o desafio é acompanhar essa atualização e compreender quais delas realmente podem ser aplicáveis e trazer benefícios importantes ao negócio. A resposta não é simples e exige um olhar analítico para o modelo da empresa, o resultado pretendido e, majoritariamente, o cliente.
A História da humanidade está muito entrelaçada ao uso da tecnologia – e lógico, como as pessoas fazem uso dela. “Desde a descoberta do fogo, mudamos e somos mudados pela tecnologia. E acredito que isso vai continuar indefinidamente, com distorções negativas e positivas, como sempre foi”. revela Pedro Waengertner, CEO da ACE Ventures, host do podcast Growthaholics e autor do best seller “A Estratégia da Inovação Radical”.
“A diferença é que estes ciclos têm aumentado consideravelmente com o passar dos anos. Está tudo muito mais rápido. E as empresas estão começando a sentir esse impacto, tanto pela dificuldade de acompanhar tudo que existe, quanto pelo constante nivelamento da concorrência”, completa.
Essa rápida transformação gera uma facilidade de acesso, o que torna este capítulo da história humana mais entrelaçado com a inovação. “O lado bom da tecnologia estar democratizada, é que todos podemos usar e obter produtividade. O lado ruim, é que todos podemos utilizar e essa produtividade deixa de constituir um ganho para o meu negócio, mas algo que eu preciso fazer para apenas me manter vivo. As que conseguirão novos patamares de performance, são aquelas que unem a arte e a criatividade no uso das tecnologias e a ciência de rapidamente adotá-las. Vai ficar cada vez mais desafiador se diferenciar”, comenta o host do podcast Growthaholics.
Novas tecnologias: Como selecionar a ideal?
Essa é entendida como a pergunta de milhões, já que existe uma infinidade de ferramentas que realmente são interessantes. “Acredito que mais do que acompanhar as tecnologias, é importante focar nas capacidades que elas trazem. O que eu não conseguia fazer até então e agora eu consigo, seja por algum tipo de incapacidade física ou viabilidade de custos. Eu acredito que todas elas devem ser contextualizadas para cada negócio. E a forma de fazer isso é entender com clareza qual o valor estou trazendo para meus clientes? Estou facilitando suas vidas?”, explica Pedro Waengertner.
O especialista destaca a importância de as pessoas analisarem constantemente esse mercado tecnológico, que é tão dinâmico. Porém, além da perspectiva técnica, deve-se priorizar o valor que uma inovação trará para o consumidor.
“Cada tecnologia nova traz diversas possibilidades para atendermos melhor, entregarmos capacidades e encantar nossos clientes. As principais decisões deveriam passar por essa perspectiva. É claro que não devemos esquecer os ganhos de produtividade e competitividade, mas a verdadeira diferenciação não vem de tecnologias que o mercado inteiro está implantando para ganhar produtividade, mas do uso direcionado ao real cenário encontrado pela empresa em relação a seus clientes”, relata o CEO da ACE Ventures.
Inovação se faz com pessoas
Por a tecnologia estar em constante mudança e transformação, as pessoas necessitam acompanhar essa inovação. Diferentemente de um passado não tão remoto, a maior parte das ferramentas são fáceis de utilizar. Existe uma tendência para uma democratização ainda maior.
“Com a inteligência artificial, qualquer pessoa com o mínimo de capacidade consegue fazer coisas que seriam necessários alguns programadores há alguns anos. E essa curva só se intensifica. Minha sugestão é que exista uma constante capacitação das pessoas em tudo que é introduzido no mercado em relação a tecnologia. Não apenas vindo das empresas, mas por iniciativa própria dos profissionais, que precisam se manter competitivos em um mercado em constante movimento”, argumenta o host do podcast Growthaholics.
Em contraponto a essa ideia, é comum vermos empresas priorizando máquinas em detrimento ao pessoal. De acordo com Pedro Waengertner, é fácil imaginar uma tecnologia funcionando, mas é mais difícil compreender como todo o time precisa se capacitar, aprender a trabalhar junto e ter a atitude certa para colocar essa tecnologia no ar.
“Até pouco tempo, tecnologia era assunto de empresas terceiras. Eu pensava em algo e contratava um fornecedor. Hoje você consegue implementar um processo ou um dashboard de BI com alguns cliques. E essas capacidades são difíceis de serem implementadas”, revela o autor do best seller “A Estratégia da Inovação Radical”.
A revolução da Inteligência artificial e a percepção dos consumidores
Atualmente, quando nos lembramos das novas tecnologias, logo vem a ideia da IA cada vez mais refinada. A revolução dessa inteligência revolucionou mercados e também a questão de algumas carreiras. Um exemplo é o uso da IA em Hollywood, que gera greves e protestos. Mas será que essa condição será sentida pelos consumidores? Para Pedro Waengertner os consumidores ainda não percebem o impacto direto.
“Já usamos IA em várias facetas da nossa vida, desde recomendações da Netflix, até quando o TikTok nos indica vídeos. Mas foi com a interface direta com a máquina que nossos cérebros perceberam o nível de inteligência que é possível chegar. Com a curva de evolução da tecnologia, devemos ver muito mais impacto, tanto positivo (produtividade, conveniência) quanto negativo (impacto no mercado de trabalho)”, revela o CEO da ACE Ventures.