O mundo dos games é feito de fenômenos, modas e explosões. Mas poucas histórias se igualam à de Candy Crush. O jogo mobile tem mais de uma década – e foi, durante todo esse período, um dos mais populares. É, sem dúvida alguma, um dos principais indicativos do mundo gamer.
E, embora haja tantas discussões se jogos mobile contam como game ou não, a verdade é que os estudos os incluem – e consideram, inclusive, como uma parcela importante das contas. Afinal, de acordo com uma pesquisa do PagSeguro, do UOL, das pessoas que jogam, 81% usam mobile – contra 61% de PCs e 57% de consoles de jogos. É o meio mais popular de games – e faz, consequentemente, ter a maioria do número absoluta de pessoas que jogam (os famosos “gamers”).
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Quando pensamos nas pessoas que jogam pelo celular, os perfis não variam muito, como mostra a pesquisa: é o modo mais usado por todas as faixas etárias e por todos os países analisados. Além disso, tem a menor diferença de gênero (54% masculino contra 46% feminino) entre os modos de jogo.
Candy Crush é diferente
O mais peculiar nessa história toda de gamers é quando pensamos em mobile – mas, mais especificamente, em Candy Crush. Primeiro, pelo sucesso absoluto do jogo. Lançado em abril de 2012, ele rapidamente alcançou um patamar incrível de downloads e engajamento: em 2014, o jogo gratuito arrecadou US$ 493 milhões (na época, o equivalente a R$ 1,3 bilhão) em apenas três meses!
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E não apenas absoluto, aparentemente contínuo: em 2022, uma década após o lançamento, Candy Crush ainda era um dos games mais populares. Com 260 milhões de downloads, foi o sétimo jogo mais baixado do período (somando mais de um bilhão de downloads).
O sucesso de Candy Crush é fácil de explicar, e se iguala ao sucesso de diversos outros jogos de mobile. Ele é considerado um “game casual”, categoria caracterizada por jogos rápidos e simples de aprender, que não têm histórias longas nem exigem muito esforço. Jogos casuais se disseminam mais rapidamente e têm um melhor alcance de público. Na maioria das vezes, também são mais baratos – ou até gratuitos, como no caso de Candy Crush.
O que não se explica é o perfil dos jogadores. Candy Crush desafia os parâmetros gerais de gamers, e tem números bastante únicos. Para começar, a idade: enquanto os games no geral têm uma distribuição bem igualitária, os jogadores brasileiros de Candy Crush têm, 90% das vezes, mais de 21 anos, como revelou o produtor do game à Veja. Ainda, 46% dos players mundiais são da Geração X, segundo estatística do VGS.
A questão também é curiosa quando pensamos em gênero. No geral, a maioria dos gamers é homem. É bem verdade que a diferença diminuiu ao decorrer da década, e hoje mulheres representam 44% dos jogadores totais e 46% dos jogadores de celular. Mas, em Candy Crush, essa diferença é mais gritante – e única: as mulheres são 70% das players do game mobile.
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Ainda, são mulheres que mais se destacam em notícias de jogos. Uma brasileira, por exemplo, alcançou a fase 10 mil do jogo apenas 10 dias depois desse nível ser lançado (antes, existiam 8.855 etapas). Também são mulheres brasileiras e estadunidenses que representam, majoritariamente, os top players em torneios mundiais.
É diferente pensar que essa categoria tão específica é também tão numericamente relevante no estudo de estatísticas de gamers. Enquanto o estereótipo imaginativo calcula um menino esquálido como gamer, a verdade é que as mulheres de cerca de 50 anos que, muitas vezes, o são.
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