Comerciantes têm conseguido, através da justiça, reduzir valores de aluguéis cobrados por shoppings e aeroportos, mesmo com a reabertura parcial das lojas. Algumas recentes decisões de primeira e segunda instâncias, tanto em São Paulo quanto em Belo Horizonte, concederam desconto de 50% por determinado pelo período de funcionamento ou o percentual equivalente para cada fase de retomada de comércio. A suspensão integral pedida pelos lojistas, porém, não tem tido êxito.
Desde o início de junho, quando receberam autorização para retomar os trabalhos após as medidas de isolamento impostas pela pandemia da Covid-19, os lojistas de shoppings vêm enfrentando problemas. Em São Paulo, por exemplo, os comerciantes tiveram inicialmente a permissão para colocar as lojas em funcionamento por apenas quatro horas, passando para seis pouco tempo depois. O horário incompatível com o momento de maior fluxo de clientes e as altas cobranças de aluguel dificultam a recuperação do tombo financeiro sofrido durante a paralisação e, por consequência, acabam refletindo em atrasos e inadimplências.
De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), os empreendimentos já deixaram de cobrar de R$ 3,5 bilhões de lojistas, por meio de adiamento ou suspensão de despesas — aluguéis, condomínios e fundos de promoção.
Lojistas terão acesso à linha de crédito disponibilizada por companhia de Shoppings
Para mitigar as consequências dos meses de lojas fechadas e de atendimento restrito, lojistas dos shoppings da companhia brMalls poderão solicitar uma linha de crédito viabilizada pela empresa em parceria com o Banco Santander. A brMalls, que sofreu um déficit de R$ 619,7 milhões no segundo trimestre desse ano, ante um lucro de R$ 425,35 milhões no mesmo período de 2019, informou que crédito estará disponível aos seis mil lojistas dos 26 shoppings.
Segundo a empresa, será foi criada uma linha de crédito de 350 milhões de reais para que pequenos e médios empresários recuperem as contas fora de balanço, além de possibilitar que os comerciantes levantem capital de giro para as próximas datas importantes do varejo: Dia das Crianças, Black Friday e o Natal.
Segundo a brMalls, a linha de crédito terá prazo de pagamento de até 60 meses, até 90 dias de carência para quitação da primeira parcela, além de juros a partir de 0,65% ao mês. O crediário permite também agregar diferentes tipos de garantias, seguindo a disponibilidade do cliente, como exemplos: diferentes tipos de bens, aplicações e investimentos financeiros.
Para os empresários que precisam correr atrás de receita rápida, existe a possibilidade de antecipar as vendas a crédito por diferentes adquirentes, com taxas a partir de 0,95% ao mês, de acordo a modalidade de adiantamento: automático, para os lojistas que venham a utilizar o serviço com frequência; ou pontual, nos casos de necessidades específicas.
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