Quando uma televisão para de funcionar ou simplesmente um novo modelo é comprado, o consumidor, simplesmente, a joga fora. A lâmpada do quarto queima e você a substitui por uma nova para não ficar no escuro. O aparelho eletrônico ou eletrodoméstico pifa e se compra outro. Essas situações são rotineiras e todas elas levam a algo em comum: produzimos lixo eletrônico e não o descartamos corretamente.
Esses resíduos têm local certo para serem descartados e dispensados, sem causar prejuízos ao meio ambiente. Os produtos sem uso não podem ser rejeitados no lixo comum, por isso, os estabelecimentos que os vendem devem oferecer local apropriado para o descarte correto.
O perigo no descarte errado desses materiais está na poluição que podem gerar ao meio ambiente, além de acidentes durante o manuseio por profissionais coletores de lixo. O lixo eletrônico pode poluir o meio ambiente por meio do vazamento de substâncias químicas perigosas, que chegam aos lençóis freáticos e prejudicam aqueles que recolhem manualmente as partes recicláveis desse descarte.
Os comércios que vendem pilhas e baterias ou produtos semelhantes funcionam, geralmente, como um ponto de entrega primário. Os comércios devem possuir recipientes para que a população possa depositar os materiais.
O BRASIL PRODUZ 1,5 TONELADA DE E-LIXO POR ANO
APENAS 3% É RECOLHIDO
O Brasil é o líder na América Latina na produção de lixo eletrônico, posição que nenhum lugar gostaria de estar. Segundo estudo da Global e-Waste Monitor realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o país produz 1,5 tonelada de e-lixo por ano. Apenas 3% dele é recolhido de maneira adequada.
Os equipamentos têm uma composição química com substâncias altamente tóxicas ao meio ambiente e sua decomposição pode trazer muitos prejuízos à saúde humana.
O que é lixo eletrônico ou e-lixo?
O lixo eletrônico, também conhecido como e-lixo, é composto por produtos que não têm mais valor por falta de utilização, substituição ou quebra. A categoria inclui “produtos da linha branca”, como refrigeradores, máquinas de lavar e microondas, além de computadores, celulares, tablets, drones, pilhas, baterias, cartuchos e toners.
O destino dos resíduos virou um desafio planetário. O Brasil é detentor do título de sétimo maior produtor de lixo eletrônico do mundo, ficando atrás de China, Estados Unidos, Japão, Índia, Alemanha e Reino Unido, respectivamente.
Perigos
Os aparelhos devem ser reciclados de forma cuidadosa por pessoas especializadas. Caso contrário, o risco de contaminação para o meio ambiente e perigo à saúde humana são altos.
Países em desenvolvimento como a Índia e a China, quarto e primeiro lugar na produção de lixo no mundo, apresentaram um crescente corpo de evidências epidemiológicas e clínicas ligando o alerta vermelho a ameaça do lixo eletrônico.
Política
O governo brasileiro criou, em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10). Segundo a lei, os fabricantes, distribuidores, comerciantes, consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza devem tomar medidas para minimizar o volume de resíduos gerados e instituir uma cadeia de recolhimento e destinação ambientalmente adequada pós-consumo.
O descarte de resíduos eletrônicos passou a ser um dos principais desafios ambientais enfrentados pelas companhias de tecnologia, por isso algumas marcas criaram formas de implementar a logística reversa. A proposta é diminuir o impacto do e-lixo ao realizar a análise e o desmonte desses resíduos.
A fabricante ficaria responsável por separar os componentes, além de garantir a destinação adequada de cada um deles, como enviar para reciclagem ou até encaminhar para aterros especiais.
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