Após 34 anos fora do mercado de ações, a Levi Strauss & Co iniciou os trâmites com os reguladores do mercado de ações para voltar à Bolsa de Valores da Nova York, de acordo com a Fortune. Analistas de mercado afirmam que a empresa projeta captar até US$ 100 milhões com a oferta pública. A Levi’s estaria planejando usar o montante para investimentos e expansão em mercados emergentes, o que incluiria o Brasil, além de China e Índia.
Segundo a publicação, o movimento da tradicional marca de jeans, fundada em 1873, teria sido incentivado por fortes vendas e crescimento de lucro nos últimos anos. Em 2018, a receita da empresa foi de US$ 5,58 bilhões, um aumento de 14% em relação ao ano anterior.
A fortune lembra que os resultados da Levi´s são uma ‘volta por cima’ da marca, depois de passar por um período de crise no início dos anos 2000, quando houve um declínio das lojas de departamento, principal canal de crescimento da marca à época, ao mesmo tempo em que fortes concorrentes apareciam no mercado. A Levi´s viu suas vendas passarem de US$ 7 bilhões em 1997 para US$ 4,1 bilhões em 2002.
A virada teria sido com a entrada de Chip Bergh no comando em 2011. O executivo, com experiência de 28 anos de P&G, apostou na linha feminina, melhorando modelos de jeans, e adicionando peças, como tops. Como resultado, diz a Fortune, a divisão feminina cresceu por 10 trimestres consecutivos. O executivo chegou a fazer visita domiciliares aos clientes da marca, estratégia que ele já adotava na P&G.
Outra ação que deu resultados positivos foi expandir sua própria rede de lojas. Em 2018, foram 74 novas, incluindo uma super loja na Times Square, em Nova York. Isso teria deixado a marca menos dependente das lojas de departamento como Macy´s e JC Penney. A marca também passou a dar mais atenção ao mercado internacional. Na Europa, as vendas cresceram 20% no ano passado.
Apesar de o varejo de moda não estar em alta no mercado de ações, Bergh acredita que a Levi Strauss pode ser uma empresa de US$ 10 bilhões ao ano. Em artigo publicado ano passado na Harvard Business Review, afirmou: “a Levi’s perdeu uma geração de consumidores no início dos anos 2000, mas hoje nossos clientes são mais jovens do que nunca e estamos ganhando impulso à medida que os trazemos de volta.”