A intenção dos micro e pequenos empresários em tomar crédito nos próximos três meses registrou 11,65 pontos em junho. Resultado menos que o observado em maio (16,36 pontos, em uma escala de zero a 100).
Os dados são do indicador mensal calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes (CNDL). No indicador, quanto mais próximo de 100 pontos maior é a probabilidade da busca por crédito.
De acordo com a pesquisa, 34,25% dos empresários consideram que atualmente está ?difícil? ou ?muito difícil? ter aprovação de crédito no País, resultado um pouco maior que o registrado em maio (32,9%). Entre os empresários pessimistas, 42% indica a burocracia como o principal motivo do impedimento e outros 37,2% culpam as altas taxas de juros praticadas no mercado.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a percepção do empresariado sobre a economia se deteriorou nos últimos meses. ?Sem boas perspectivas, diante da atividade econômica e da alta dos juros, os empresários preferem não assumir compromissos de longo prazo?, afirma. ?Assim sendo, é comum que eles acabem utilizando os próprios recursos financeiros ao invés de procurar por empréstimos ou financiamentos?, completa a economista.
Segundo o levantamento, apenas 8,6% dos micro e pequenos empresários brasileiros demonstram a intenção de contrair crédito nos próximos 90 dias. As principais finalidades são: a formação de capital giro com 56,6% de respostas (no mês anterior percentual era de 36,7%); obter recursos para o pagamento de dívidas (para 30,4% frente a 26,7% em maio); comprar insumos e aumentar o estoque (27,5%); comprar equipamentos e maquinário (23,25); e reformar a empresa (21,7%).
Marcela disse que chama a atenção o número crescente de empresários que admitem assumir novas dívidas para saldar as antigas ou a tomar crédito para formar capital de giro. ?Trata-se de um sinal claro da dificuldade financeira que parte considerável dos empresários está sentindo para honrar seus compromissos e pagar despesas correntes?, reforça a economista.
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