Em outubro, o índice que mede a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 35,5% em comparação ao mesmo mês de 2014, aponta a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Este é o 9º mês consecutivo de quedas, e há seis meses que o ICF está abaixo de 100 pontos, o que indica uma percepção de insatisfação com a situação atual.
Segundo a CNC, a queda no índice é resultado da continuidade do quadro de deterioração do País nos últimos 12 meses, com aceleração da inflação, enfraquecimento da atividade econômica e aumento da incerteza política. A Confederação lembra o resultado recente da Pesquisa Mensal de Comércio divulgada pelo IBGE apontando que a queda das vendas no mês de agosto na comparação com julho foi de 0,9% ? a maior para o mês desde o ano 2000.
O componente que mede o nível de consumo atual sofreu retração de 43,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O quesito só não é menor do o que mede a intenção de compra de bens duráveis, em 51,3 pontos ? o menor nível da ICF de outubro. A maior parte das famílias (70,7%) consideram o momento atual desfavorável para aquisição de duráveis.
A queda progressiva nas vagas está aumentando a insegurança das famílias em relação ao emprego. A satisfação com o emprego atual, apesar de ser o único componente da ICF a se manter acima da zona de indiferença, registrou quedas de 0,8% em relação ao mês anterior e 20,3% na comparação anual. O indicador de desemprego mensal nas seis maiores regiões metropolitanas do País atingiu 7,6% em agosto. O índice era de 4,3% em dezembro de 2014.
Por fim, a falta de perspectivas de reversão do cenário condicionante do consumo no curto prazo levou a CNC a revisar de -2,9% para-3,6% sua expectativa para o varejo restrito (que não inclui os setores de veículos, motocicletas, e material para construção) em 2015. No conceito ampliado, a projeção da Confederação passou de -6,5% para -6,8% ao final do ano.
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