A intenção de compras do consumidor no 3° trimestre caiu para 46,6%, 3,8 pontos percentuais sobre o mesmo período do ano passado, quando foi registrado 50,4%. O número é ainda 6,6% menor do que o encontrado no 2° trimestre desse ano: 53,2%. Índices foram divulgados no último dia 2 pelo Programa de Administração do Varejo (Provar) e a Fundação Instituto de Administração (FIA). Pesquisa foi feita em parceria com a Felisoni Consultores Associados.
O estudo divide a intenção de ?compra? da intenção de ?gastos?. Nesta segunda categoria, destacam-se ?Móveis?, com 40,2% de aumento em relação ao pesquisado nos três últimos meses, seguido de ?Eletroportáteis? ? 35,5%. As variações negativas foram registradas em ?Cine e foto? ? queda de 36,6% e ?Automóveis?, diminuição de 19% na intenção de gastos.
Para o presidente do Conselho do Provar/FIA, Claudio Felisoni, o consumo está desacelerado em 2014. ?A nova sondagem reitera o fraco desempenho das vendas de varejo. O percentual de intenção de compra é o mais baixo dos terceiros trimestres desde 2002?, afirma.
Para construir a pesquisa, 500 consumidores da cidade de São Paulo foram questionados a respeito da expectativa de compra em relação às seguintes categorias de produtos: eletroeletrônicos, informática, cama, mesa e banho, cine e foto, móveis, telefonia e celulares, material de construção, linha branca, vestuário e calçados, automóveis e motos, imóveis, eletroportáteis e viagens e turismo.
Felisoni comenta ainda a estatística de que os 10% mais ricos do Brasil são responsáveis por 42% do consumo e traça um paralelo com o investimento estrangeiro. Para ele, os dois fatores apontam ?nitidamente? um ?alto potencial de expansão para o consumo?.
De acordo com o relatório, os consumidores estão animados para comprar imóveis no terceiro trimestre. Comparando com o segundo trimestre, aumento foi de 125%, o maior crescimento entre os itens pesquisados. Em seguida, vêm ?Vestuário e calçados? ? 20,8%, ?Viagens e turismo? ? 12,8% e eletroeletrônicos, com 9%.
A intenção de compras na Internet ficou em 84,7%, apresentando queda de 1% sempre em relação ao segundo trimestre do ano. As maiores intenções de compras são em ?Telefonia e celulares? ? 28,6%, ?Informática? ? 26,6% e ?Eletroeletrônicos? ? 25,3%.
O dinheiro que resta
Depois de todos os gastos considerados, a renda que sobra das famílias ficou quase igual: 10,7% contra 11% no 2° trimestre. A intenção de uso de crediário caiu 3,8%, como um reflexo, de acordo com as instituições, do aumento das taxas de juros. Ainda segundo o Provar/FIA, a ?manutenção do comprometimento de renda associado à elevação dos juros é responsável pelo aumento real e projetado da inadimplência?.
Confira os gráficos cedidos pelo PROVAR/FIA:
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