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Inovação: Elon Musk e a logística e mobilidade do futuro

Inovação: Elon Musk e a logística e mobilidade do futuro

Conheça a promessa de transporte ultrarrápido de Musk e os desafios para que sua inovação ajude a logística e a mobilidade urbana do futuro

Trazer melhorias para mobilidade urbana e logística é um dos grandes desafios em inovação quando pensamos em infraestrutura para grandes cidades mundo afora. Ajudar o desenvolvimento dessas frentes tem sido o objetivo de diversas empresas ao redor do mundo. Uma delas é The Boring Company, uma das organizações de Elon Musk, responsável pelo projeto futurista de transporte ultrarrápido denominado Hyperloop.

O Hyperloop nasceu de um conceito de “trem de tubo a vácuo”, um sistema de tubos de baixa pressão fechados que se estendem por centenas de quilômetros. Dentro deles, trilhos de levitação magnética (maglev) suportam cápsulas que transportam passageiros e carga que se moveriam a velocidades de até 600 milhas por hora – mais de três vezes mais rápido que os trens de alta velocidade mais rápidos do mundo.

Entre as tecnologias de transporte existentes, a mais próxima do Hyperloop são os trens maglev, que eliminam o atrito entre trilhos e rodas, e foram construídos em países como Reino Unido, Japão, Coréia e China.

inovação
Imagem: White Paper – Hyperloop

Como nasceu o Hyperloop?

Já se passou quase uma década desde que Musk lançou a ideia do Hyperloop. O conceito veio a público em 2012. Seus defensores diziam que a tecnologia era acessível, energeticamente eficiente e potencialmente lucrativa para seus operadores.

No entanto, após anos de estudos e testes poucos projetos de Hyperloop passaram da fase inicial de estudo de viabilidade e nenhum investidor ainda está suficientemente convencido ao ponto de “pagar pra ver”, ou seja, de investir na construção de um Hyperloop.

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Inovação e mobilidade em outro patamar

Nos modos tradicionais de viagem, como trens e aviões, uma quantidade significativa de energia é perdida para superar o atrito e a resistência do vento. Se um veículo pode eliminar o atrito e a resistência do ar, teoricamente ele pode se mover em velocidades muito altas com potência relativamente baixa.

Mas o Hyperloop, segundo Musk, leva o conceito a outro nível, confinando um trem dentro de um tubo de baixa pressão ou vácuo, removendo também a resistência do ar. O white paper de Musk afirma que ele precisaria apenas de 134 cavalos de potência – segundo especialistas, tanto quanto um Toyota Corolla de baixo custo – para atingir uma velocidade de 700 mph.

Para efeito de comparação, um trem de alta velocidade precisa de dois motores a diesel de 2.250 cavalos de potência. Um estudo de 2017 do Departamento de Transportes dos EUA (DOT) estima que o Hyperloop pode ser até seis vezes mais eficiente em termos de energia do que as viagens aéreas em rotas curtas.

Os primeiros testes

Para o projeto sair do papel, os construtores de Hyperloop incluem startups lideradas por bilionários e joint ventures público-privadas. Segundo diversas fontes internacionais e nacionais, existe um interesse da engenharia mundial em tornar o Hyperloop uma realidade.

Em novembro de 2020, a Virgin Hyperloop, uma subsidiária do Virgin Group de Richard Branson, fundada em 2014, realizou o primeiro teste humano de Hyperloop do mundo em uma pista de teste de 500 metros em um deserto de Nevada.

Um protótipo de cápsula transportando dois funcionários da Virgin Hyperloop acelerou de zero a 170 km/h em menos de seis segundos e depois parou em um passeio que durou um total de 17 segundos. “Senti um pouco de resistência, mas nada desconfortável”, disse Sara Luchian, chefe de experiência de passageiros da Virgin Hyperloop, sobre a experiência de aceleração extrema em uma entrevista ao Observer após o teste.

No mesmo ano, a Virgin Hyperloop publicou um estudo de viabilidade de 19 páginas de uma proposta para construir uma rota Hyperloop de passageiros de 500 milhas na área dos Grandes Lagos que ligaria Chicago, Columbus e Pittsburgh. No entanto, o projeto foi abandonado depois que a Virgin Hyperloop decidiu se concentrar na movimentação de carga, não de passageiros.

Nos dias de hoje

Nos EUA, o único sistema Hyperloop de passageiros que está ativamente em desenvolvimento é uma rota de 300 milhas, também na região dos Grandes Lagos, que conectaria Chicago, Cleveland e Pittsburgh.

O projeto é uma parceria público-privada entre a Hyperloop Transportation Technology (HyperloopTT), uma startup sediada em Los Angeles, e a Northeast Ohio Areawide Coordinating Agency (NOACA), uma agência local responsável pelo planejamento e supervisão de grandes projetos de infraestrutura na área metropolitana de Cleveland.

Em dezembro de 2019, a HyperloopTT e a NOACA co-publicaram um estudo de viabilidade provando que o projeto dos Grandes Lagos é financeiramente viável. De acordo com o estudo, o hyperloop dos Grandes Lagos custará entre US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões, ou US$ 60 milhões por milha, e seis anos para ser construído.

Uma vez em operação, os passageiros podem esperar pagar cerca de dois terços do preço de uma passagem aérea convencional. A matemática do NOACA parece encorajadora. Mas os céticos dizem que o custo real da construção do hyperloop pode ser muito maior e variar muito dependendo da localização. O custo por milha do hyperloop dos Grandes Lagos é mais de três vezes o que Musk projetou em 2013 para uma rota hipotética entre Los Angeles e São Francisco, por exemplo.

“Imaturidade tecnológica” pode ser um dos desafios

Um outro estudo de 2016, da Universidade de Queensland, na Austrália, estimou que uma rota Hyperloop ao longo da costa leste da Austrália custaria dez vezes mais do que a previsão de Musk, “que dependia de tecnologia não desenvolvida ou imatura”, escreveu Nicholas McLean, autor do estudo. E isso não leva em consideração o fato de que grandes projetos de infraestrutura geralmente ultrapassam os orçamentos e levam mais tempo do que o esperado para serem construídos.

A HyperloopTT, apoiada por empresas de capital de risco, incluindo Lauder Partners e EdgeWater Investments da China, construiu protótipos de hyperloop em pequena escala na França, Alemanha e Oriente Médio. Seu sistema mais longo construído até hoje é um tubo de 10 quilômetros em Abu Dhabi. “A tecnologia está pronta”, disse Andrés De León, CEO da HyperloopTT. Mas muito tem que acontecer antes que os engenheiros possam abrir caminho nos EUA.

O estudo makis recente de viabilidade é de 2019, que estimou que a construção do hyperloop dos Grandes Lagos começaria em 2023. Mas a menos de quatro meses de 2023, o projeto mal passou para a próxima etapa, que é uma revisão ambiental pela Administração Ferroviária Federal, um processo que pode demorar alguns anos.

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Regulação, financiamentos e retorno financeiro

O HyperloopTT provavelmente terá obstáculos regulatórios adicionais a serem superados antes que possa realmente transportar passageiros e carga, para os quais os padrões legais ainda não foram estabelecidos, dizem especialistas. (Esse trabalho cabe ao Conselho NETT do DOT, criado em 2018 sob o governo Trump e encarregado de desenvolver padrões para regular tecnologias de transporte emergentes.)

Para Andrés De León, CEO da HyperloopTT, que é da Espanha, país que possui a segunda maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo, ele diz que o período de retorno do transporte ferroviário de alta velocidade está entre 100 e 120 anos, enquanto o hyperloop pode recuperar seus custos de construção em menos de 25 anos. De acordo com o cálculo da NOACA, os investidores no projeto hyperloop dos Grandes Lagos podem esperar um retorno anual de 3%, que é maior do que a maioria dos títulos corporativos.

Para especialistas, uma fonte promissora de financiamento público é a conta de infraestrutura de US$ 1,2 trilhão, sancionada pelo presidente Joe Biden em novembro de 2021. Os projetos Hyperloop podem ser elegíveis para solicitar subsídios e empréstimos sob um programa de veículos avançados do Departamento de Energia norteamericano.

Dada toda a sua incerteza financeira que envolve o projeto, provavelmente o Hyperloop, de Musk precisará não só de recursos das “Empresas Hyperloops”, já envolvidas, mas de financiamento do governo para passar dos estágios de planejamento.

O fato, é que tecnologias e infraestrutura para transporte e logística envolve muito mais do grandes investimentos. A ação e verba pública pode dar o salto para que projetos acontecem de fato – mas, mais do que lobby, eles precisam ser viáveis.

Por aqui, torcemos para que no futuro possamos agradecer todos os esforços de inciativas privadas e governos caso venhamos a vivenciar uma infraestrutura em transportes ultrarrápida e, sobretudo, acessível e segura para todos os públicos e meio ambiente.

Com informações Press Manager


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