O varejo está em ritmo lento de recuperação, mostrou o Indicador de Atividade do Varejo. No acumulado de 12 meses até março deste ano, as consultas para vendas a prazo cresceram 2,33%. No mesmo período do ano passado, as vendas na categoria haviam crescido 1,49%.
Nos anos anteriores, durante a recessão, os números eram negativos. Em 2017, o indicador encolheu 4,49%. A queda em 2016 foi de 4,39% e de 0,84% em 2015. Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL).
O presidente do SPC Brasil diz que o desempenho das vendas ainda não retornou para o nível de antes da crise, apesar da trajetória de recuperação. “A atividade varejista foi impulsionada pela melhora da confiança dos consumidores e dos empresários após o desfecho das eleições, mas ainda enfrentará novos desafios, como a persistência do desemprego em patamar elevado e da massa salarial que somente agora voltou ao patamar pré-crise”, afirma Roque Pellizzaro Junior.
O índice
O Indicador de Atividade do Comércio é construído a partir do volume de consultas de CPF e serve como um termômetro da intenção de compras a prazo, abrangendo os segmentos varejistas de supermercados, lojas de roupas, calçados e acessórios, móveis e eletrodomésticos, entre outros.
Os dados são obtidos a partir de consultas de CPF feitas nas bases que o SPC Brasil tem acesso. As consultas podem resultar, ou não, na efetivação da venda. Para a construção do indicador, considera-se apenas as consultas feitas pelo setor de comércio.
Inadimplência
O aumento da intenção de compra acontece mesmo quando o número de consumidores com contas em atraso teve crescimento, ainda que leve, no primeiro semestre de 2019. O índice apresentou desaceleração em comparação com o ano passado.
Dados também apurados pela CNDL e SPC Brasil mostram que a inadimplência avançou 0,13% nos primeiros três meses do ano. No mesmo período do ano passado, a variação trimestral foi de 2,38%. Na comparação entre março deste ano e o mesmo período do ano passado, houve alta de 2,12%, o que também representa uma desaceleração, já que em março do ano passado, a alta foi de 3,13%.
“O desempenho da economia neste início de ano frustrou as expectativas”, avalia o presidente da CNDL, José Cesar da Costa. “O desemprego persiste em um nível elevado e o consumo não esboça um crescimento vigoroso. Apesar da desaceleração da inadimplência neste início de ano, o estoque de pessoas com o CPF restrito ainda é muito alto”, completa.