A quantidade de consumidores com contas atrasadas e registradas nos cadastros de inadimplência sobe 4,86% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Essa é a quarta vez consecutiva que o indicador sobe mais de 4%.
Os dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mostram também que o número de dívidas em atraso teve uma variação positiva de 6,28%, na comparação anual.
De acordo com o levantamento, o indicador aumentou 0,65% em agosto, acima dos 0,38% de julho. Já o volume de dívidas avançou 1,52%, ante 0,07% no mês anterior. Essa é a maior alta do número de pendências para o mês de toda a série histórica.
Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, os dados mostram que a deterioração do cenário econômico se sobrepôs ao crédito mais limitado. ?A inflação muito acima do teto da meta, aliada ao desemprego crescente, afeta a capacidade de pagamento das famílias?, avalia. ?A confluência de fatores negativos e uma perspectiva pior para a economia faz com que, neste momento, o varejo precise vender mais e contar com o poder de compra do consumidor que não possui dívidas”, complementa Pinheiro.
As instituições estimam que ao longo do ano, 2,7 milhões de nomes foram incluídos nos cadastros de inadimplentes. No mês de agosto 57,3 milhões de consumidores estavam listados em cadastros de devedores inadimplentes, em razão de pendências com atraso de pagamento. O número representa 39% da população brasileira adulta, entre 18 e 95 anos.
O Indicador Regional de Inadimplência Pessoa Física registrou crescimento mensal em todas as regiões brasileiras. As maiores altas foram no Sudeste (1,24%) e no Nordeste (1,01%). A menor variação foi no Centro-Oeste, com alta de 0,23%. Já na comparação anual, o Nordeste apresentou a maior alta (5,56%), seguido do Centro-Oeste (5,53) e Norte (3,96).
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Segundo Marcela Kawauti, a economista-chefe do SPC Brasil, o desemprego, o endividamento das famílias e a alta da inflação fazem com que o aumento da inadimplência seja preocupante para a economia. “O consumidor fica com maior dificuldade para pagar suas pendências e até mesmo contas básicas. Assim, o planejamento financeiro é prejudicado e o poder de compra sofre com perdas constantes?, completa.
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