O Instagram lançou, nesta quarta-feira, uma nova funcionalidade. O IGTV chega para mudar a forma que os usuários postam e assistem vídeos na plataforma. O anúncio foi feito pelo CEO e cofundador da rede social, Kevin Systrom, durante um evento em São Francisco, nos Estados Unidos.
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A extensão permite que os usuários assistam a vídeos de até uma hora de duração. Antes, apenas vídeos de um minuto eram aceitos no feed, nos stories os vídeos duram no máximo 15 segundos. O aplicativo está dentro do Instagram, mas também pode ser baixado individualmente. Assim como os stories – semelhantes ao modo de compartilhamento do Snapchat -, os vídeos do IGTV serão exibidos na vertical. Os clipes poderão ser publicados em resolução de até 4K.
IGTV x YouTube
Mesmo sem declarar, o Instagram mostra que a estratégia é bater de frente com o aplicativo de vídeos do Google. Esta será uma tarefa difícil para a plataforma que pertence ao Facebook, mas a rede social já mandou seus recados. “IGTV foi criado para a forma como você usa do seu celular: os vídeos ocupam a tela toda na vertical”, afirma o comunicado em uma referência ao concorrente, que exige que os usuários usem o smartphone na horizontal para assistir os vídeos em tela cheia. Mas o Instagram ainda vai precisar de tempo e muito esforço para bater o YouTube. A última pesquisa do Pew Research Center sobre o uso de mídias social apontou a plataforma do Google como líder entre os norte-americanos, apesar de não ser uma rede social tradicional. Segundo o estudo, 73% dos adultos dos Estados Unidos utilizam o site de compartilhamento de vídeos. Na média geral dos adultos que têm entre 18 e 64 anos, o Instagram não possui nem metade da audiência do YouTube. Outra pesquisa do mesmo instituto mostrou que os adolescentes (13 a 17 anos) norte-americanos também preferem o YouTube – 85% disseram usar a plataforma, enquanto o Instagram é usado por 72%. O Instagram também perde no quesito fidelidade – 15% dos adolescentes afirmaram usar a rede social com frequência. Já o YouTube é acessado frequentemente por 32%, atrás apenas do Snapchat (35%). O irmão do Instagram, Facebook, figura na lista de uso – independente da frequência – em quarto lugar, atrás do Snapchat.
Monetização
O que mais atrai os criadores de conteúdo ao YouTube é o poder de capitalizar os canais. O algoritmo usado pela plataforma é secreto, mas a estimativa é que o site pague entre US$ 0,50 e US$ 5,00 a cada mil views. Recentemente a aplicação mudou as regras para que os canais comecem a receber dinheiro. Para integrar o Programa de Parcerias do YouTube, os canais precisam de pelo menos mil inscritos e quatro mil horas de visualizações em vídeos postados nos últimos 12 meses. Já os vídeos do IGTV não serão monetizados, pelo menos por enquanto. A expectativa é que alguma forma de remuneração aos donos dos vídeos seja criada em breve, mas o desafio é grande.