Os brasileiros são considerados um dos maiores usuários de Inteligência Artificial (IA) do mundo. Para se ter uma ideia, uma pesquisa global realizada pelo Google em parceria com a Ipsos revelou que 54% dos brasileiros utilizaram ferramentas de IA generativa no último ano, superando a média mundial de 48%.
Mas como a IA está, de fato, presente no dia a dia dos brasileiros? E como será seu uso no futuro? Para as empresas, entender esses padrões de consumo é essencial para adaptar suas soluções.
Em busca de respostas para essas e outras questões, um novo estudo conduzido pela Opinion Box em parceria com a CX Brain ouviu mais de mil pessoas de diferentes regiões do país sobre a relação com IA. O objetivo foi mapear o grau de familiaridade com a tecnologia e compreender as barreiras e fatores que influenciam a confiança do consumidor em IA.
Entre vários dados revelados pela pesquisa, um deles chama a atenção: a maior parte (79%) nunca pagou para usar nenhuma ferramenta de IA, porém 37% pretendem começar a pagar no futuro. Esse recorte indica um interesse crescente do brasileiro por essa tecnologia, o que aquece ainda mais esse mercado.
GenZ lidera consumo de IA
Os dados mostram também que a disposição em pagar (ou ter pago) por ferramentas de IA varia bastante conforme a faixa etária. O estudo aponta que a Geração Z (nascidos entre meados dos anos 1990 e o meio da década de 2010) lidera o consumo dessa nova tecnologia, com 29%, indicando que os mais jovens estão mais abertos a investir em tecnologias de IA.
Para Jacques Meir, diretor-executivo do Grupo Padrão e mentor do CX Brain, esse dado confirma o interesse e o avanço da IA no Brasil, sobretudo, entre jovens e pessoas de renda mais alta. “É um sinal de que a tecnologia já foi assimilada e faz parte do cotidiano desse público. Esse grupo já interage com algoritmos de recomendação, assistentes virtuais e IA generativa com naturalidade.”
O estudo mostra ainda que 57% dos brasileiros já tiveram pelo menos uma experiência com IA que superou as expectativas. Para Jacques, o brasileiro adota muito rápido novas tecnologias, mas essa naturalidade gera um efeito colateral: “aumenta a expectativa”, afirma. “Ou seja, a IA deixa de ser tecnologia e vira serviço. E serviço tem que funcionar. Isso significa que os consumidores esperam mais contexto, mais predição e menos fricção”, pontua o especialista em inteligência de dados da CX Brain.
Confiança é a qualidade da vez com IA
O estudo Opinion Box e CX Brain revela também um paradoxo importante: os consumidores reconhecem que a IA já sabe muito sobre eles (46% esperam que ela conheça seu histórico de compras, por exemplo), mas só 19% se sentem realmente confortáveis em compartilhar dados pessoais.
Segundo Meir, a saída não é apenas reforçar a LGPD, é “criar uma IA com ética”. O especialista afirma que isso deve começar pelo design de experiências. “A IA deve explicar por que está pedindo dados, como os usa, e, principalmente, demonstrar que essa coleta resulta em algo concreto para o cliente – seja agilidade, personalização ou resolução superior. As marcas precisam desenhar sistemas de IA que mereçam confiança.”
Em resumo, o brasileiro se mostra um usuário ativo e otimista da IA, incorporando-a em diversas esferas da vida pessoal e profissional. Mas também é um consumidor exigente sobre serviços de IA. “Quem entrega bem, fideliza rápido. Mas quem erra, perde em dobro – porque a expectativa já está alta”, conclui Jacques.
Para acessar o estudo completo com todos os dados e análises inéditas, clique aqui para baixar o material.