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O que a era da IA Agêntica traz para o consumo?

O que a era da IA Agêntica traz para o consumo?

A Era da IA Agêntica não é apenas uma tendência, é uma revolução na forma como consumimos, demandando preparo e adaptação.

Recentemente, o CEO da NVIDIA, Jensen Huang, afirmou que “a era da Inteligência Artificial (IA) agêntica já chegou“. Sua fala se deu na CES 2025, em Las Vegas. A ideia, segundo ele, era que a tecnologia contribuísse para a produção de robôs humanoides (milhões deles), estabelecendo parcerias milionárias para produzir carros autônomos (que realmente operem), e desenvolvendo os mais incríveis agentes de IA que o dinheiro pode adquirir.

Por sua vez, e por falar em IA agêntica, o Google e a OpenAI também anunciaram modelos agênticos em 2025. E mais: 40% das grandes empresas brasileiras planejam integrar sistemas de IA agêntica em suas operações ainda este ano, segundo o Instituto de Econômica Aplicada (IPEA).

Mas, afinal, o que é a IA agêntica? E o que ela é capaz de fazer – e mudar na vida de todos nós, consumidores?

Significado de IA agêntica

A IA agêntica refere-se a sistemas de IA que possuem a capacidade de atuar de maneira autônoma, tomando decisões e executando tarefas sem a necessidade de intervenção humana constante. Esses sistemas projetam-se para perceber o ambiente, processar informações e realizar ações que visam alcançar objetivos específicos.

Uma das características distintivas da IA agêntica é sua capacidade de aprendizado. Em síntese, isso lhe permite melhorar o desempenho ao longo do tempo. Em primeiro lugar, essa característica é alcançada através de técnicas de aprendizado de máquina. Nessa técnica, o agente coleta dados, analisa padrões e ajusta suas estratégias para melhor enfrentar desafios. Além disso, é possível programar esses agentes para que se adaptem a mudanças nas condições do ambiente, tornando-os mais eficazes em situações dinâmicas.

As aplicações da IA agêntica

Existem diversas aplicações para a IA agêntica, incluindo robôs autônomos, assistentes virtuais, jogos de computador e sistemas de gestão em diversas indústrias. Só para exemplificar, em fábricas, robôs com IA agêntica podem otimizar processos de produção, enquanto em serviços de atendimento ao cliente, chatbots podem interagir com usuários para resolver problemas de forma eficiente.

Todavia, a implementação da IA agêntica traz desafios, especialmente em relação à ética e à segurança. A autonomia desses sistemas levanta questões sobre responsabilidade em ações tomadas por eles, além da necessidade de garantir que suas operações sejam seguras e não causem danos a pessoas ou ao meio ambiente. Assim, é fundamental que as organizações que desenvolvem e utilizam IA agêntica estabeleçam diretrizes claras para sua operação responsável.

À medida que a tecnologia avança, a IA agêntica promete transformar significativamente vários setores, oferecendo soluções inovadoras que podem aumentar a produtividade e melhorar a experiência do usuário. Entretanto, é essencial abordar as implicações sociais e éticas associadas a esses avanços, garantindo que o desenvolvimento da IA seja feito de maneira consciente e benéfica para a sociedade como um todo.

A diferença da IA generativa para a IA agêntica

Krishna Tammana, diretor de Tecnologia da Gupshup.

Vez que a IA agêntica se distingue das suas antecessoras, o que a palavra pode trazer para o consumidor brasileiro? Os analistas esperam mudanças significativas, mas os resultados podem ser mais sutis do que se imagina.

“Em suma, a IA agêntica representa um novo e empolgante estágio no desenvolvimento de sistemas inteligentes”, afirma Krishna Tammana, diretor de Tecnologia da Gupshup, especialista em marketing conversacional. “Entretanto, é fácil se perder no jargão técnico ao discutir tecnologias avançadas”. Ele traça uma comparação com a transição do telefone para o smartphone no final dos anos 2000: “Se a IA generativa atual é como um aplicativo único, a IA agêntica é como usar um smartphone inteiro”.

“A IA generativa, assim como os antigos modelos de telefone celular, é basicamente um aplicativo de uso único. Você o abre, interage e, depois, fecha até precisar novamente”, explica Tammana. ”Em contraste, o smartphone pode abrigar muitos aplicativos ao mesmo tempo; assim é a IA agêntica em relação à IA generativa. Não se trata mais de um único aplicativo, mas de um smartphone repleto de várias aplicações funcionando juntas”.

Benefícios para o consumo

A IA agêntica foi projetada para executar tarefas de forma autônoma, tomar decisões e se adaptar às informações do usuário e às mudanças no ambiente. Embora a IA generativa tenha apresentado casos de uso em consumidores e empresas, essa próxima evolução provavelmente impactará mais a vida profissional do que a pessoal.

Isso porque a IA agêntica é capaz de analisar grandes volumes de dados em tempo real, permitindo que as empresas ofereçam recomendações mais precisas e relevantes para seus clientes. Esse nível de personalização não apenas melhora a satisfação do consumidor, mas também aumenta as taxas de conversão e retenção.

Ademais, com a IA agêntica, as empresas podem proporcionar um atendimento ao cliente mais eficiente, respondendo dúvidas e resolvendo problemas de maneira rápida e eficaz. Isso gera uma experiência mais fluida, adaptada às necessidades do consumidor, que espera respostas instantâneas e precisas.

De acordo com Tammana, em breve, poderemos ter dias de trabalho onde as tarefas mais repetitivas e demoradas serão realizadas autonomamente, permitindo que concentremos nossos esforços em funções mais estratégicas, criativas e sociais. Na vida pessoal, a IA agêntica poderá se manifestar como um assistente útil, encarregado de fazer reservas, organizar a agenda social ou até gerenciar finanças.

“Os setores que estão adotando a IA agêntica a implementam em operações mais discretas”, diz. “O setor financeiro já colhe frutos na detecção de fraudes, a área médica e farmacêutica foca na análise de dados e pesquisa, e a manufatura está desenvolvendo robôs inteligentes e fábricas inteiras que operam com mínima intervenção humana”, observa.

Atendimento ao cliente

A menos que as pessoas trabalhem nesses setores especializados, o cotidiano dos brasileiros pode não perceber um impacto imediato da IA agêntica, exceto em um aspecto central. Na Gupshup, por exemplo, a IA agêntica gerencia diversas interações, e uma de suas funções mais avançadas é lidar com solicitações de clientes. “Portanto, não seria surpreendente se, neste ano, os consumidores começarem a notar uma diferença nas interações com os atendentes de suporte ao consumidor”.

Esses modelos são treinados com dados específicos de cada empresa, possuem camadas de proteção integradas e permitem a transferência para agentes humanos a qualquer momento. Portanto, o diretor de tecnologia orienta os consumidores a ficarem atentos à transição nas interações de chatbots para um serviço mais fluido. “Se você não consegue distinguir se está falando com um humano ou uma IA, isso significa que fizemos um bom trabalho. No entanto, se o agente com quem você interage é competente, prestativo, proativo e disponível 24/7, essa pode ser sua primeira experiência com a IA agêntica”, detalha.

Personalização

No Brasil, a Gupshup é uma das primeiras plataformas de IA conversacional a lançar um agente de IA no Brasil para a varejista Reserva. O agente de IA da marca oferece aos usuários uma experiência de compra única, com a IA disponível diretamente pelo WhatsApp. Os usuários podem pesquisar produtos através de mensagens de texto ou de voz e até descrever as características de alguém para quem desejam comprar um presente. Isso aconteceu no Dia das Mães, quando os usuários puderam detalhar como era sua mãe para encontrar o presente ideal para a data.

Assim, a IA compreende e recomenda os produtos que melhor se adequam à descrição fornecida pelo usuário, que pode facilmente visualizar os produtos disponíveis em um formato de carrossel nativo do WhatsApp, acessando mais informações sobre cada item ou sendo redirecionado ao site para finalizar a compra.

Previsões

No consumo, outro aspecto vital da IA agêntica está nas previsões de tendências de consumo. Por meio de análises preditivas, as marcas se tornaram mais proativas em vez de reativas, identificando padrões de comportamento que podem impactar as decisões de compra. Isso traz uma vantagem competitiva significativa no mercado, permitindo que as empresas se adaptem rapidamente às mudanças nas preferências dos consumidores.

Além disso, a segmentação de mercado está sendo refinada graças à IA agêntica, permitindo que empresas atinjam nichos específicos com campanhas de marketing mais direcionadas. Ao entender melhor os desejos e necessidades de diferentes grupos de consumidores, as marcas conseguem desenvolver produtos e serviços que realmente atendam a essas demandas.

O marketing digital também é uma área que se beneficia enormemente da IA agêntica. Campanhas automatizadas otimizadas em tempo real estão se tornando a norma, com algoritmos que ajustam orçamentos e segmentações com base em desempenho, garantindo que os recursos sejam alocados da maneira mais eficiente possível.

Por último, a IA oferece oportunidades de inovação no desenvolvimento de produtos. Marcas podem utilizar análises de dados para identificar lacunas no mercado e criar soluções inovadoras que atendam a essas necessidades. Esse ciclo contínuo de aprendizado e adaptação impulsionado pela IA não apenas aprimora a oferta de produtos, mas também transforma a forma como os consumidores interagem com as marcas, estabelecendo uma nova dinâmica de consumo.

Impactos

O potencial de impacto da IA agêntica é colossal. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), bancos e instituições financeiras podem reduzir em até 50% a ocorrência de fraudes com o uso dessa tecnologia.

Por sua vez, no setor de saúde, a Associação Médica Brasileira (AMB) ressalta que a IA agêntica tem a capacidade de diminuir erros médicos em até 30%. Isso graças a sua capacidade de analisar prontuários, resultados de exames e o histórico de saúde dos pacientes, possibilitando diagnósticos mais precisos. E, conforme o Gartner, a implementação desse modelo de IA deverá aumentar nas empresas até 2026, podendo chegar a ser adotada por até 80% delas.

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