Como todos os outros setores, o de franquias tem um ciclo de vida, e estamos em processo de maturação. Essa afirmação foi feita por Décio Pecin, presidente do CNA, no painel dedicado ao tema no segundo dia do BR Week 2015. ?Já passamos pelo ?boom? das franquais, e agora é o momento de alcançar a maturidade. O setor cresceu muito nos últimos 12 anos e a próxima etapa é uma seleção natural que o próprio mercado vai fazer. Acho natural que algumas empresas fiquem pelo caminho e as que ficarem sairão fortalecidas desse período de crise?, disse Pecin. O executivo completou o raciocínio dizendo que a marca que não tiver o consumidor como centro dos negócios não passará por esse filtro.
O painel ?Construindo franquias eficientes? foi mediado pelo consultor Marcelo Cherto, presidente do Grupo Cherto, e contou ainda com a participação de Ricardo Bomeny, CEO do BFFC e Bruno Moreira de Andrade, diretor executivo de franchising da Localiza.
?O trabalho do franqueador é de persuasão e o franqueado é provocador, para que ele seja cada vez melhor. O sistema de franquias na Localiza é para expansão geográfica e é bom para os dois lados, porque o franqueado conhece o mercado local?, disse o diretor executivo da marca. Nesse período instável da economia, a empresa não alterou seus planos de expansão, mas está fazendo reajustes nos preços para não perder volume, mas mantendo um nível saudável de margem.
Para a BFFC, o plano é crescer e aumentar o marketshare junto a concorrência. ?Nosso plano de expansão visa a abertura de 150 pontos de vendas neste ano e já inauguramos metade disso?, disse Bomeny. ?A respeito do que se comenta sobre a economia, nós sentimos os efeitos, mas a expansão está indo bem. No varejo é fundamental manter a base de co=lientes e nossa estratégia é de guerrilha?, complementa.
Cherto acredita que toda crise é purificadora. ?Já passamos por várias crises e essa é muito mais de confiança do que de renda. A internet colabora para esse impacto psicológico, mas o dinheiro não acabou?, disse o consultor. Bomeny afirmou: ?tenho visto que o governo tem entendido algumas questões que estão prejudicando o varejo. Algumas medidas, como o aumento do prazo para o recebimento do seguro desemprego, por exemplo, pode ajudar a reduzir o turnover?. O executivo acredita que os colaboradores vão valorizar mais seus empregos diante de um cenário mais complicado. ?Além disso, a questão da jornada flexível de trabalho está sendo colocada em pauta. Pecin disse que o varejo precisa fazer pressão para que as questões do setor entrem na agenda no governo.
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