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Histórias criadas em tempo real

Histórias criadas em tempo real

Live storytelling com processos colaborativos e multimídia permite interagir com palavras, pixels e pessoa Há alguns anos, David Byrne, vocalista e líder da banda Talking Heads, criou um projeto multimídia denominado True Stories.

Talvez o talentoso músico não tivesse ideia de que estava antecipando uma tendência: processos colaborativos em que as histórias são contadas em diversas mídias simultaneamente. O processo criativo está mais acelerado atualmente. Vivemos em uma espécie de looping constante, em que a audiência tem um lugar na mesa dos redatores e roteiristas. É uma chance de criar não apenas com palavras e pixels, mas com pessoas, ideias e opiniões interagindo em tempo real.

Esta foi a premissa de uma grande plenária em Cannes com a participação de Ignacio Oreomuno, Presidente do Art Director’s Club; Joel Lunenfeld, Vice-Presidente global de estratégia de marca do Twitter; Leslie Berland, Vice-Presidente Sênior de parcerias e desenvolvimento digital da American Express; e Patrick Stewart, ator de cinema, teatro e TV.

O painel, comandado por Joel Lunenfeld, destacou que o Twitter está vendo essa mudança cultural na forma de se contar histórias na linha de frente, estabelecendo parcerias com redes de televisão, filmes, música, notícias, novas mídias e, mais importante, com marcas e mentes criativas. O movimento de storytelling ao vivo está em curso. Há uma grande variedade de disciplinas, fatos e ideias interligadas e um grande número de cases para serem estudados atualmente.

Joe Lunenfeld mostrou em sua apresentação o que acontece quando histórias são contadas em tempo real a partir de um fato inicial. Na verdade esta tendência não pode ser efetivamente entendida como fruto de nossa época. Charles Dickens costumava criar as suas historias simplesmente visitando bares e conversando com as pessoas, colhendo ideias e experiências que aplicava em seus contos e romances. Ou seja, as tendências culturais sempre estiveram vinculadas com engajar pessoas e comunidades utilizando as mídias disponíveis. Sempre houve uma tendência "social" que levou ao que chamamos de storytelling.

Ignacio Oreomuno, do Art Director’s, destacou que agora as marcas buscam cada vez mais "contar histórias" e buscar conexões. Como exemplo, mostrou uma charge onde uma criança pede ao pai que lhe conte um branded content em vez de uma história infantil. Veremos isso acontecer de fato?

Lunenfeld continuou sua exposição mostrando que marcas e governos devem aprender a escutar. Em um vídeo emocionante, pudemos ver testemunhos de pessoas muito pobres fazendo reclamações típicas de pessoas do primeiro mundo: "o fio do carregador do celular é muito curto", dizia uma criança, enquanto víamos que sua casa na verdade nem tomada tinha. "Porque me incomoda tomar água depois de mascar um chiclete Ice?" dizia outra em um local onde notadamente chicletes devem ser um luxo inalcançável. O filme finalizava com uma mensagem aguda: "os problemas do primeiro mundo não são problemas. Falta de água é um grande problema".

Leslie Berland, da Amex, participou do painel contando o quanto a empresa está obcecada com a construção do storytelling, com a busca por conexões e interações relevantes com seus clientes. Ela mostrou o projeto baseado em hashtags especiais, em parceria com o Twitter. A ideia geral foi tornar a parte da compra transacional como uma forma de se trabalhar de modo social e dinâmico.

As hashtags Amex sincronizadas com o Twitter traziam ofertas especiais para os clientes. Eles poderiam sincronizar sua conta com a da Amex e então receber ofertas personalizadas que poderiam ser transacionadas via cartão de modo extremamente simples. Com poucos toques o cliente poderia fazer uma compra e ainda receber o produto em casa ou no endereço escolhido.  Uma conexão simples, baseada em tweets. Conteúdo, influências, conversas e transações em uma iniciativa de ativação de produto. Uma conversa moldada e dinâmica e honesta maneira com os consumidores e clientes. O cartão de crédito conseguiu trazer a transação para a vida real.

Patrick Stewart então foi ao palco e contou como ele e o ator Ian McKellen (ambos trabalham juntos em diversos projetos e não apenas na franquia X-Men) se perguntaram como tornar uma peca de teatro mais social. A ideia foi tornar a chegada da peça deles à cidade de Nova York uma noticia compartilhada e disseminada para as pessoas comuns. 

Eles escreveram para a cidade de NY dizendo que seria muito divertido fazer uma temporada em nova York. Eles interpretam Spooner e Hirst em Terra de ninguém, de Harold Pinter, e também fazem juntos Esperando Godot, de Samuel Becket. Começaram a postar fotos e comentários de suas iniciativas, integraram-se à vida de Nova York e até mesmo foram ao SuperBowl. Stewart comentou que conseguiram tornar a sua estadia social, compartilhável. O ator ainda enfatizou que a utilização de elementos de conexão proporcionados por redes sociais como o Twitter aumenta o potencial da interação social para buscar mudanças sociais, reduzindo pobreza e violência. E possível afetar positivamente o mundo em que vivemos. Há novas possibilidades de contarmos histórias. "Nunca tivemos tantas oportunidades de construir e buscar interações sociais. Atuar hoje em dia não é sobre o personagem que você interpreta, mas sobre as impressões que ele gera e como podemos desenvolver continuamente a interpretação a partir das impressões das pessoas."

 

O painel convidou todos a continuarem contando e compartilhando as suas histórias. Afinal, e disso que se trata atualmente: contar a grande aventura humana de muitos pontos de vista. As marcas precisam engajar-se nesta timeline, sob pena de serem simplesmente esquecidas. As histórias estão vivas. Longa vida a elas.

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