Apesar de ser uma pauta recorrente entre as empresas, a governança corporativa ainda é um desafio no Brasil, principalmente para os negócios de menor porte. Essa é uma das conclusões da pesquisa Agenda 2017, realizada pela Deloitte com 746 organizações, que pontua que o caminho para as melhores práticas de governança ainda é longo.
A revista NOVAREJO digital está com conteúdo novo. Acesse agora!
Estimulados a escolher cinco prioridades para 2017, entre 15 opções de práticas destinadas à boa administração corporativa, os entrevistados do estudo apontaram como foco três itens bastante lógicos em um contexto proveniente de dois anos seguidos de crise: gestão financeira (com 65% de citações); de processos (61%); e orçamentária (55%).
Ao mesmo tempo, o levantamento apurou que as empresas brasileiras demonstram intenção de priorizar a adoção de melhores práticas de governança corporativa. Os itens mais abordados nesse âmbito são: gestão de riscos e controles internos (37%); gestão de compliance (33%); e estrutura de governança corporativa (31%).
Também foram citadas como prioridade: gestão de tecnologia da informação (36%); gestão de marketing e comunicação (34%); auditoria externa (16%); auditoria interna (14%); gestão ambiental (14%); gestão de crises (13%); responsabilidade social (12%); mecanismos de transparência (7%); e conselho fiscal (6%).
O que falta
Em relação à implantação de importantes estruturas de governança corporativa, boa parte das empresas que participou da pesquisa ainda não possui, por exemplo, áreas de gestão de crise ou conselhos fiscais. Em fase inicial de implantação pelas organizações, a área de auditoria interna foi lembrada no levantamento. Com nível um pouco mais avançado de inserção, as empresas citam os mecanismos de transparência, de gestão de compliance e de riscos, os controles internos e as estruturas de governança corporativa. A adoção de auditoria externa é também citada como prioridade pelas empresas.
“É bastante compreensível que, nessa fase de transição, as empresas mantenham foco no aprimoramento das práticas administrativas. Porém, mesmo em um momento como o atual, as organizações não devem descuidar da eficiência nos controles sobre a gestão”, destaca Othon Almeida, sócio-líder da área de Market Development da Deloitte.