O Google e a Mastercard assinaram um acordo secreto que permite ao buscador ter informações sobre vendas nos Estados Unidos realizadas com os cartões de crédito da bandeira. De posse desses dados, o Google e as varejistas podem fazer um cruzamento de informações com os cliques em anúncios on-line, dando uma ideia da taxa de conversão da publicidade, de acordo com reportagem da Bloomberg. Segundo a notícia, os 2 milhões de clientes da Mastercard não sabiam desse rastreamento, pois as companhias nunca revelaram ao público que fizeram essa parceria.
Em nota à Consumidor Moderno, o Google disse que desenvolveu uma nova tecnologia de criptografia, antes mesmo do lançamento da versão beta desse produto, que não permite que a empresa nem os parceiros vejam as informações de identificação de um usuário. Mas não negou a informação sobre a parceria. “Não temos acesso a nenhum dado pessoal de nossos parceiros de cartões de débito e crédito, e também não compartilhamos informações pessoais com nossos parceiros. Os usuários do Google podem desativar essas configurações a qualquer momento.”
De acordo com a Bloomberg, mesmo sem ter acesso às transações individuais, o Google pode extrair informações relevantes dessa pilha de dados. Por exemplo, pode combinar compras offline, com perfis e localização do usuário e cliques em anúncios. Assim, os anunciantes podem ver quanto dinheiro geraram graças às campanhas publicitárias on-line. Desse modo, o Google consegue convencer as varejistas de que anunciar na página do buscador é eficaz.
Atualização, às 17h52: Em nota, a Mastercard destaca que a premissa da reportagem é falsa. “Na forma como a rede da Mastercard opera, não conhecemos os itens individuais que um consumidor compra em qualquer carrinho de compras, físico ou digital. Nenhuma transação individual ou dados pessoais são fornecidos. Isso atende às expectativas de privacidade dos consumidores e comerciantes em todo o mundo. Ao processar uma transação, vemos o nome do varejista e o valor total da compra do consumidor, mas não temos acesso aos itens específicos que foram adquiridos”, disse o comunicado à Consumidor Moderno.