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As marcas querem falar com a Geração Z, mas quem consegue gerar conexão?

As marcas querem falar com a Geração Z, mas quem consegue gerar conexão?

Representando cerca de R$ 662 bilhões de poder de compra, a Geração Z estão assumindo o protagonismo no consumo e no mercado de trabalho.
Representando cerca de R$ 662 bilhões de poder de compra, a Geração Z estão assumindo o protagonismo no consumo e no mercado de trabalho.
Representando cerca de R$ 662 bilhões de poder de compra, a Geração Z estão assumindo o protagonismo no consumo e no mercado de trabalho.
Foto: Shutterstock.

As pessoas da Geração Z, que possuem de 15 a 29 anos, costumam ser criticadas com frequência pelas outras gerações, seja no âmbito pessoal quanto profissional. É comum vermos notícias repreendendo os nativos digitais por hábitos de consumo, condutas e atitudes, especialmente no mercado de trabalho, onde muitas vezes são classificados como o “pesadelo de qualquer empresa”. Porém, por que será que essa visão costuma ser propagada de forma tão constante?

Foi pensando nisso que o InstitutoZ, instituto de pesquisa e capacitação das novas gerações da Trope, consultoria de GenZ e Alpha da qual sou fundador, em parceria com a MMA Latam, fizeram a pesquisa “Quais as dificuldades das empresas brasileiras com a Geração Z?“. O objetivo era compreender os desafios enfrentados pelas empresas em relação ao comportamento, carreira, comunicação e estratégias de negócios para a GenZ, analisando seu comportamento de consumidora e influenciadora de consumo.

Atualmente, percebo que as marcas ainda possuem dificuldade em se conectar com a Geração Z, e isso acontece por uma série de fatores. Existe uma grande problemática em olhar para as novas gerações de forma crítica, pois é esse tipo de comportamento que faz com que essas pessoas sejam julgadas e até estereotipadas, seja nas redes sociais e principalmente no mercado de trabalho.

Essa questão gera uma quebra de expectativa e uma frustração por parte da Geração Z, fazendo com que se distanciem cada vez mais das marcas e das empresas. Além de que as possibilidades de alcançar os novos consumidores das marcas na perspectiva do consumo só são mitigadas por pensamentos enviesados. Atualmente, no Brasil, a GenZ representa cerca de R$ 662 bilhões de poder de compra. Será mesmo que ainda é a “geração de crianças sem capacidade de consumo”?

Por outro lado, como se comunicar com eles? Dados da pesquisa apontam que 60% das empresas apresentam dificuldade em falar com a Geração Z em mídias tradicionais. Porém, mesmo pelas redes sociais, 33% dos profissionais afirmaram que também não conseguem se comunicar com esse público. Já em eventos e ativações, 41% disseram enfrentar problemas. Esses dados demonstram uma falta de preparo das empresas em tentar entender as novas gerações e seus respectivos comportamentos de consumo.

A verdade é que a Geração Z não quer ser apenas impactada, quer ser envolvida. Esse é o grande diferencial para criar uma conexão. O caso mais recente foi trazido na pesquisa: a união das vilãs mais icônicas da teledramaturgia da televisão brasileira para a festa de 60 anos da TV Globo. O texto das personagens com uma linguagem GenZ e cheio de referências fez com que o resultado fosse espetacular, gerando mais de 240 milhões de impressões nas redes sociais apenas no dia do evento.

Diante disso, se destacam as marcas que focam em fazer parte de microculturas e no desenvolvimento de estratégias específicas para comunidades das novas gerações. É o famoso: com qual GenZ você quer falar? O recorte demográfico não é suficiente para atingir verdadeiramente os novos consumidores. Reestruturar a jornada de contato, priorizando ouvir para agir, é o segredo do sucesso para não apenas falar com a Geração Z, mas realmente se conectar com ela.

A GenZ subverte o funil de vendas, uma vez que a comunicação é não-linear, e que os pontos de contato das marcas com os consumidores são infinitos. As novas gerações consideram muitos fatores para comprar produtos ou serviços de uma determinada marca, como transparência e credibilidade. É por isso que penso que, cada vez, mais as empresas precisam traçar estratégias assertivas para cada público-alvo que desejam atingir. Já que, de acordo com dados da nossa pesquisa, 1 em cada 3 empresas não possuem estratégias específicas para a Geração Z, o que é claramente um problema.

Geração Z vs. Mercado de trabalho

Conforme foi apontado na pesquisa, notamos que as marcas estão com dificuldade para se conectar com a Geração Z, não conseguindo construir conversas genuínas com esse público-alvo. Porém, percebo que a situação se torna ainda pior quando falamos sobre a forma que as empresas estão lidando com a parcela dessa geração que está inserida no mercado de trabalho

De acordo com o Censo de 2024, apesar de serem considerados “novinhos”, quase 25 milhões de pessoas que fazem parte da GenZ já são ativas no mercado de trabalho, o que endossa que já possuem poder de compra. E uma grande parte das empresas seguem não se importando tanto quanto deveriam em compreender melhor os integrantes dessa geração, colocando-os em caixinhas restritas e cheias de estereótipos, em especial, relacionados à idade.

Neste sentido, acredito que os profissionais que buscam uma mudança de pensamento em relação a Geração Z e seu respectivo comportamento serão cada vez mais assertivos, para que seja possível parar de julgar uma geração inteira. As empresas devem começar a adotar uma postura diferente com os colaboradores da novas gerações, passando a enxergar como essas pessoas podem fazer parte de todos os seus processos. É preciso implodir de fato as separações geracionais e entender que o estímulo de trocas intergeracionais é o caminho.

A Geração Z está cada vez mais apta, sendo plenamente capaz de promover melhorias significativas. As novas gerações representam uma força de trabalho e estão trazendo habilidades de internet e o uso de ferramentas que realmente podem fazer a diferença para conseguir resultados de negócio. Por isso, penso que se as empresas desejam continuar se mantendo relevantes no mercado, precisam realmente estarem dispostas a entender a GenZ de verdade e conhecer a fundo as suas particularidades.

E podem fazer isso se beneficiando justamente da união intergeracional e da troca de repertórios entre pessoas de idades diferentes, o que tende a ser muito proveitoso. As empresas devem fazer um trabalho de equilíbrio: colocando as demais gerações com domínio técnico e de mercado para ensinarem e mentorarem a Geração Z. Mas, também não esquecendo de colocar a GenZ nas mesas de tomada de decisão, fazendo com que tenha voz nos processos, sendo ouvida e respeitada.

Luiz Menezes é fundador da Trope, uma consultoria de Geração Z que ajuda marcas a rejuvenescerem suas estratégias de negócio. Luiz é nativo digital, creator, apresentador, empresário e empreendedor.

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SUMÁRIO – Edição 295

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