Pagamentos de contas presenciais, consultas de saldos por caixas eletrônicos e até mesmo o saque tem sido cada vez menos utilizados, isso porque as inovações tecnológicas permitiram aos consumidores maior controle sobre suas decisões financeiras. Mas como as diferentes gerações e faixas de renda estão gerenciando seus recursos e interagindo com instituições financeiras no Brasil, Colômbia e México?
O estudo “A nova relação com o dinheiro”, realizado pelo Instituto Ipsos, a pedido do Nubank, ouviu 1,8 mil participantes abrangendo as gerações Z, Millennials, X e Baby Boomers para entender como diferentes gerações e faixas de renda estão gerindo recursos e interagindo com o sistema financeiro na América Latina.
Os dados mostram que 66% dos brasileiros preferem aplicativos financeiros para realizar transações, e a Geração Z, entre 18 e 25 anos, lidera o abandono dos serviços presenciais: um em cada quatro jovens nunca fez um depósito em caixa eletrônico, e 14% jamais realizaram saques nessas máquinas. Em todas as gerações, o Pix é o serviço mais utilizado, com três em cada quatro entrevistados realizando transações recorrentes pela plataforma.
Livia Chanes, CEO do Nubank, destaca o impacto dos apps financeiros na educação e no protagonismo financeiro dos consumidores: “se há 10 anos falávamos da importância da digitalização no acesso e inclusão, hoje falamos do protagonismo deles na educação financeira da população ao proporcionar ferramentas e orientações sobre como poupar e investir, promovendo um comportamento mais saudável com as finanças”.
Educação financeira no centro do digital
No estudo, aproximadamente 4 em cada 10 entrevistados mencionaram aplicativos e sites de instituições financeiras como as principais fontes de educação financeira. Em seguida, os participantes buscam conhecimento em mídias sociais (30%), sites especializados (29%) e blogs e portais de notícias (25%). No Brasil, o gerente de banco aparece apenas como a quinta fonte de informação.
O interesse por educação financeira cresce na região: no Brasil, 84% dos entrevistados estão ativamente buscando conhecimento sobre o tema, número que sobe para 95% na Colômbia. Entre gerações, enquanto mais da metade dos Boomers nunca teve acesso a educação financeira, 70% da geração X e 81% dos Millennials já receberam algum tipo de instrução.
Recomendação financeira e controle digital
Para 66% dos brasileiros e mais de 70% dos mexicanos e colombianos, o suporte em investimentos por instituições financeiras é bem-vindo, isso porque eles esperam que suas instituições financeiras façam recomendações sobre o assunto. “Este é um campo que ainda entendemos que há muitas oportunidades para evolução. Estamos trabalhando para colocar um assistente financeiro, hoje disponível a poucas pessoas, no bolso de cada um de nossos clientes. Queremos usar a tecnologia para fazer recomendações sob medida, transparentes e imparciais que ajudem nossos clientes em suas jornadas financeiras”, acrescenta Lívia.
Nos três países, dinheiro deixou de ser visto como fonte exclusiva de preocupação e agora é associado a termos como “planejamento”, “futuro” e “investimento”. Guardar para emergências se tornou uma prioridade para todas as faixas etárias e rendas. No Brasil, metade dos entrevistados começou a investir nos últimos dois anos, refletindo uma tendência recente na América Latina, com 42% na Colômbia e 44% no México.
A pesquisa revela que, ao falar sobre organização financeira, um tópico comum no Brasil, na Colômbia e no México é a necessidade de guardar dinheiro, principalmente como uma proteção contra eventos inesperados. Quando se pergunta sobre os objetivos em relação a investir e poupar dinheiro, o campeão é “reserva de emergência”, sendo citado por cerca de metade das pessoas.
Segurança e controle
A confiança nas transações online é elevada, com mais de 94% dos entrevistados nos três países relatando segurança ou neutralidade. Para 80% dos brasileiros, o acesso ao saldo pelo app é uma importante ferramenta de controle financeiro. A geração Millennial se destaca em métodos de planejamento mensal, demonstrando grande atenção à gestão do orçamento e recorrendo a aplicativos e planilhas.
O estudo revela que a idade média para começar a aprender sobre finanças está nos 20 anos, momento atual da Geração Z, que está iniciando seu contato com o universo financeiro, mostrando que o futuro da gestão financeira na América Latina se firma cada vez mais no digital.