Esqueça dos Millenials e da Geração Z. Agora, quem está trazendo atenções e mudando como as famílias escolhem as compras é a Geração Alpha, composta pelas crianças nascidas a partir de 2010, as quais já chegaram em um mundo conectado, cercadas por tecnologia e estão desenvolvendo uma nova visão de mundo. Para elas, não há mais separação entre o mundo digital e a “vida real“. Isso influencia a forma como se relacionam, aprendem e experimentam o mundo ao seu redor.
As crianças da Geração Alpha são altamente influenciadas pela tecnologia, tendo sido expostas a estímulos visuais, sonoros e interativos desde cedo. Elas se sentem mais confortáveis utilizando dispositivos digitais do que a maioria dos adultos, especialmente do que seu tio Wagner, que só manda figurinhas de bom dia no WhatsApp. Além disso, essa geração valoriza quase que exclusivamente experiências acima do desejo por objetos materiais, demonstrando uma ênfase nas relações e na interação.
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Na faculdade de Direito, segundo Émile Durkheim e Max Weber, aprendi que o indivíduo, por muitas vezes, é um fruto de seu meio. Quer um exemplo disso pensando na Geração Alpha? É muito curioso quando você repara que nós (eu, Millennial e você, que provavelmente também não é da Geração Alpha) passamos por dezenas de transições de tecnologia. Então, se você fala para alguém da minha idade fazer o sinal como se estivesse atendendo o telefone, a reação provavelmente seria com o polegar apontado para cima e com o mindinho para baixo (🤙🏻), mas, para a Geração Alpha, a resposta vai se parecer mais com isso aqui (✋🏻), como se fosse a mão segurando o celular.
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“A Geração Z é complexa? Espere até conhecer os Alphas“
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Via de regra, os pais de crianças da Geração Alpha são Millenials, preocupados financeiramente e que acreditam que seus filhos serão melhores do que eles, exceto em saúde mental. Mas como essas crianças que já são super conectadas estão impactando as decisões da família, desde onde vão para as férias até sobre os hábitos de alimentação?
Por passarem o dia inteiro na frente de uma tela, vendo TikTok e tendo na palma da sua mão uma fonte de ação, a Geração Alpha se tornou muito mais participativa, dizendo, por exemplo, que não vale mais a pena você ir de férias para Gramado e, sim, para a Argentina, porque viu no TikTok que na terra dos hermanos os Millennials de classe média teriam uma semana de realeza – o que de fato é verdade em 2023.
A Geração Alpha já aprendeu a se posicionar desde cedo e brigar pelo que quer. Então, se a marca favorita de seus pais se envolveu com alguma polêmica, a criança sugere outra mais aceita nas redes sociais. Outro ponto bem importante é voltado para a preferência por experiências, em que a criança pode entrar em discussões bem clássicas, até mesmo opinando sobre comprar ou alugar um imóvel para a família.
Era claro que uma geração nova ia mudar os hábitos das pessoas à sua volta (olha como o Durkheim e o Weber estão sempre presentes), principalmente se tratando da geração que teve o maior salto de tecnologia entre as gerações anteriores. Eu, pessoalmente, estou ansioso para ver mais tempo de Geração Alpha e, principalmente, quando chegar o momento desta geração ter poder aquisitivo para tomar as suas próprias decisões.
*Pedro Sant’Anna é COO e fundador da Allu
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