Como a visão dos games podem ajudar as plataformas digitais a serem melhores? Mitikazu Koga Lisboa, CEO da Hive, se propôs a responder essa pergunta durante o Congresso Nacional das Relações Empresa-Cliente 2017, o CONAREC. Para entender qual a importância dessa correlação, o executivo começou sua apresentação com alguns dados surpreendentes sobre a indústria dos games.
Ele lembrou esse setor movimenta 70 bilhões de dólares por ano. Em 24 horas, o game Grand Theft Auto (GTA) 5 faturou 500 milhões de dólares. O game de Harry Potter, As relíquias da Morte, faturou 50 milhões de dólares no mesmo período de tempo. Call of Duty já contabilizou 25 bilhões de horas de jogo no mundo (ou 2.9 bilhões de anos).
Atualmente, existem competições de videogame – e suas finais movimentam milhões (até bilhões) de espectadores. “Essa é a maior indústria de entretenimento digital da atualidade”, destacou.
Hive trabalhou durante muitos anos na indústria de games. Seu último grande feito foi trazer League of Legends, o jogo mais jogado do mundo, para o Brasil. Atualmente, ele resolveu levar seu conhecimento para outro mercado. Por isso, ele chama a atenção para a importância dos jogos para a sociedade (e para os negócios).
Os fatos
Sua visão é real por uma simples razão: todo mundo é um jogador. E, ao contrário do que muitos falam, as pessoas não jogam simplesmente por diversão. Jogos causam estresses (é só jogar no Google que fotos de controles remotos quebrados são facilmente encontradas). Então, qual é a razão?
Os jogos mexem com nosso racional, com nossos hormônios. Podem liberar dopamina, ocitocina, estimular o raciocínio, a noção de propósito, noção de grupo, enfim… Diversos benefícios. E como os negócios ganham com isso?
Os negócios precisam aprender a lidar bem com dados tão bem quanto um game pode lidar. As empresas precisam se beneficiar das máquinas para o processamento de dados tão bem quanto um game consegue se beneficiar dessa capacidade.
O triunfo do Big Data
“Em 2017, vamos gerar mais dados em um do que já foi gerado em toda a história da civilização humana”, lembrou o executivo. Isso demanda um incrível poder de processamento de dados. “Os humanos não sabem lidar muito bem com dados. Um departamento de big data que trabalha muitos dados não consegue analisar tudo apenas com as pessoas. São as máquinas que coletam. Os humanos não conseguem processar tudo”
Ele exemplifica um caso em que uma análise descobriu que as pessoas que curtem a página do Donald Trump no Facebook tomam mais milshake de chocolate. “Não dá para dizer o porquê, mas para alguém que quer simplesmente vender mais milkshakes de chocolate essa é uma grande conclusão. Um humano não faria essa relação”, analisou.
Uma coisa que os jogos fazem muito bem é: ninguém precisa ter nenhuma sacada genial, apenas processar bons dados e ter uma boa estratégia. A inteligência de dados dos jogos pode ser utilizada para os negócios. Uma boa ferramenta de Big Data é capaz de conhecer totalmente o consumidor. Uma máquina que consegue processar os lugares que os consumidores mais compram, mais visitam, que produtos compram online ou offline e suas frustrações. Tudo gera estratégia e é preciso abraçar isso.