Com a transformação do comportamento do consumidor, bem como o surgimento de novos players, as plataformas de streaming passam por uma remodelação. Se antes a atenção do público era voltada para empresas já conhecidas e consolidadas no mercado, hoje, as novas concorrências provocam abalos no setor.
Enquanto o poder de compra da população mundial cresce em progressão aritmética, a escolha do público entre os serviços de streaming aumenta e escala geométrica. Nesse cenário, as principais plataformas de negócios têm feito investimentos, unificações e parcerias. As informações são da Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2022-2026.
Leia mais: Como os consumidores elegem e consomem streamings
Plataformas e suas adaptações diante das tensões
Para unificar suas marcas em uma única plataforma, o Grupo Globo investiu R$ 1 bilhão no Globoplay como parte da estratégia “Uma Só Globo”. Entre os negócios que surgiram nos últimos anos, podemos citar também o lançamento do Peacock, a estreia do Paramount Plus e o aumento de assinantes do Disney+, que ultrapassou 87 milhões.
Na mesma proporção que surgem as opções para as plataformas de todo o mundo, a concorrência também emerge. Diante do cenário, os players temem a falta de assinaturas individuais para contribuir com seu crescimento. A Netflix, por exemplo, perdeu 200 mil assinantes em abril de 2022. Já a Discovery temeu não ter potencial para atrair novos assinantes, e encerrou um investimento de US$ 300 milhões na CNN+ apenas três semanas após o lançamento.
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Até 2026, estima-se que o mercado de streaming tenha um CAGR (taxa de crescimento anual composto) de 7,6%. No Brasil, a expectativa é que o crescimento seja o menor do período, com 9,8%. Isso em um cenário em que a maior expansão do setor será na América Latina, a Colômbia apresenta uma taxa de 22,1% e o Chile com 18,3%.
O cenário está ameaçado pelas tensões do mercado, que são seguidas pela queda dos preços das ações de alguns dos maiores players. Ainda há o temor de que o investimento em conteúdos diários para o consumidor não seja o suficiente para impulsionar o crescimento, o que levanta dúvidas sobre o futuro da evolução das plataformas.
Receitas das telonas e novas plataformas
Enquanto isso, quando o assunto é cinema, a expectativa é que entre 2022 e 2026 o Brasil recupere a receita que antecedeu a pandemia, e apresente recorde mundial. Em 2022, a receita de 122 milhões de ingressos foi de US$ 404 milhões. A estimativa é que, em 2023, a receita salte para US$ 569 milhões, e os números das vendas nas bilheterias chegue a 169 milhões.
O cenário tende a evoluir até 2026, quando a receita brasileira com as telonas deve atingir US$ 681 milhões, com 191 milhões de ingressos. Em âmbito global, a estimativa é ainda maior para a data final da pesquisa: enquanto os ingressos chegam a 7,6 bilhões, a receita deles deve alcançar o valor de US$ 52,7 bilhões.
Vale lembrar que o boom de produções cinematográficas esperado no Brasil foi impulsionado, em maior parte, pelas plataformas como Netflix, Amazon Prime e HBO Max, uma vez que encomendavam novos conteúdos brasileiros.
Outro ponto desse cenário é o quanto a televisão conectada e os jogos se tornaram um mercado promissor para a publicidade. A expectativa é que, em todo o mundo, as receitas publicitárias nessas novas plataformas ultrapassem US$ 100 bilhões até 2025. Já no Brasil, o faturamento pode ir além de US$ 1 bilhão em 2026.
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