Há alguns anos, ter um celular era sinal de status e luxo. Hoje, é praticamente um apêndice acoplado no corpo, de tão banal que essa tecnologia se transformou. Comunicação, diversão e até trabalho são realizados pelo smartphone e, assim, surgiu mais uma demanda: cuidar da saúde de forma prática e rápida.
Bruno Aragão, radiologista e Coordenador Médico de Inovação do grupo Fleury, mostra que um simples relógio inteligente pode ajudar o consumidor na prevenção de doenças e problemas de saúde. “A personalização do cuidado é cada vez mais necessária. O paciente tem voz ativa na condução do cuidado da própria saúde”, começa.
Condensar esses dados dos pacientes em um único lugar é facilitar a vida deles e do profissional de saúde. “Desde os dados que são produzidos no contato do paciente com serviço de saúde, ou seja, dados de prontuário, laboratoriais, resultados de exames, até a quantidade gigantesca de dados que nós produzimos sobre a nossa saúde que estão fora do ambiente hospitalar”, avalia Aragão. Ele acredita que muitas dessas informações são subutilizadas porque não despertavam interesse e atenção.
“A coleta do dado não é um problema. A questão é que esses dados ficam ‘presos’ num estilo de informação no celular do paciente”, detalha. E, “se a informação fica sem direcionamento, ela não tem utilidade. Dessa necessidade de monitoramento e condensação dos dados, veio a ideia do aplicativo Meu Fleury“, que atende exatamente a esses pontos. A plataforma foi desenvolvida em parceria com a escola de desenvolvedores da Apple.
Aproveitando dados diários
Alguns dados até eram compartilhados com médicos específicos, os que pediram os exames, por exemplo, mas Bruno ressalta que os serviços de saúde, no geral, ainda não estão prontos para essa nova tecnologia.
“O aplicativo é justamente para facilitar esse processo. Ele pega esse dado e coloca no histórico de exames do utilizador”, explica. Assim, esse dado se torna acessível para os médicos ou prestadores de serviço na mesma rotina em que conseguem checar os resultados de exames laboratoriais.
“Quando você faz um check-up, seja um hemograma, ele vai jogar no sistema de saúde, e me contar os resultados de forma fluida”, diz Bruno Aragão. O Meu Fleury visa trazer os dados principalmente de atividades físicas, informações cardiológicas coletadas pelos aparelhos da Apple, especialmente o Apple Watch, para dentro do prontuário do paciente Fleury.
“Depois a gente vai disponibilizar o aplicativo em outras plataformas, mas estamos começando pela Apple, que é maioria entre os nossos pacientes” justifica.
Mesmo com a facilidade de encontrar os dados de saúde online e compartilhá-los com profissionais de saúde, Bruno deixa claro que essa ferramenta não substitui as análises clínicas. “Ele é um dado complementar, então o médico pede exames laboratoriais, e, aliado a isso, você tem uma fonte de dados a mais, e entender como aquele paciente é fora do consultório”, diz.
Vale lembrar que o aplicativo “Meu Fleury” só utiliza esses dados com autorização do paciente. “O paciente tem total controle para dar o acesso e tirar a hora que ele quiser”, explica Bruno. Os dados são tratados com o mesmo rigor de segurança das informações disponíveis nos exames de saúde do paciente.