O brasileiro não poupa dinheiro e nem saber lidar com finanças, gasta mais do que ganha, consome produtos e serviços supérfluos e não faz planos para o futuro. Ademais, de cada dez pessoas, oito (81%) têm pouco ou nenhum conhecimento sobre como controlar as despesas pessoais. A informação é de uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Não é à toa que o país tem 71, 82 milhões de indivíduos em situação de inadimplência. Diante de tanta gente com as finanças comprometidas, especialistas apontam não somente a restrição orçamentária, mas também a falta de conhecimento em finanças, como os principais obstáculos para planejar o futuro.
Bradesco lança FamiliarIDADES
Na tentativa de reverter esse cenário, o Bradesco Vida e Previdência lança o FamiliarIDADES, um portal que trata as finanças pessoais, educação, saúde, bem-estar e outros assuntos que fazem parte da vida familiar.
O projeto é coordenado pelo diretor-presidente do Bradesco Vida e Previdência, Jorge Nasser. A proposta do programa é reproduzir, no ambiente virtual, a estrutura de uma casa, onde é possível explorar a sala, a cozinha, o quarto das crianças e o quintal. A cada cômodo, o usuário encontra temáticas sobre economia, saúde, educação, entretenimento e sustentabilidade. Neles, especialistas postam conteúdos pensados e criados para motivar os pais a cuidarem melhor do futuro das crianças e dos adolescentes – e assim cuidarem de si também.
Em comunicado, Jorge Nasser diz que a companhia quer expandir a mensagem do quanto é importante trabalhar a organização das finanças. “A ideia é mostrar a um número cada vez maior de pessoas assuntos de planejamento econômico. Entre eles, destaque para a previdência privada e outros que as pessoas podem e devem abordar dentro das casas, o que garantirá trocas de conhecimento e experiências entre diferentes gerações”.
Dentro da casa
O FamiliarIDADES teve criação da Execution. Entre os temas abordados no portal estão, por exemplo, o funcionamento do mercado de ações. A Casa fornece informações sobre como sacar e utilizar o FGTS e dicas de preparação para a chegada de um bebê.
Foi recentemente publicada uma Resolução que define ações relacionadas à educação financeira a serem adotadas pelos bancos. O material, do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional, busca prevenir problemas como o superendividamento. Sua entrada está prevista para vigorar em 1º de julho de 2024.
Organização das finanças pessoais e das famílias
Conforme a norma, as instituições do Sistema Financeiro Nacional (SFN) devem implementar medidas que contribuam para a organização do orçamento pessoal e familiar dos brasileiros. Outro ponto de foco é o desenvolvimento de ferramentas que ajudem os clientes na formação de poupança e na resiliência financeira, prevenindo a inadimplência.
O economista Flávio Náufel do Amaral, presidente comercial da Zetra, plataforma de gestão de consignados, comenta a importância da educação financeira. “O remédio para aliviar as dívidas não está em aumentar ou não o salário. Mas sim ensinar a pessoa a gerenciar bem o que ela recebe”.
Amaral acredita que pessoas conscientes financeiramente são capazes de saber onde e como utilizá-lo de forma adequada. “Em suma, as pessoas mantêm-se atualizadas sobre o que é gasto, investimento e item supérfluo”.
Segundo a 3ª edição da pesquisa “Hábitos e Impactos da Saúde Financeira dos Trabalhadores”, 63% dos trabalhadores com carteira assinada não possuem recursos suficientes para cobrir despesas básicas. O estudo é das fintechs Zetra e SalaryFits, juntamente com a On The Go, uma restech de pesquisa de mercado.
Ademais, o estudo revela que os impactos do descontrole das finanças na saúde física e mental dos trabalhadores. Mais da metade dos entrevistados (58%) relatam sentir estresse quando enfrentam escassez de dinheiro no fim do mês. O percentual representa uma reação natural do organismo diante de situações de ameaça ou perigo.
Outras consequências identificadas incluem aumento da irritabilidade em casa (44%), diminuição da atenção (44%) e menor produtividade no trabalho (34%).