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“As pessoas mais felizes são aquelas devotadas ao presente”, diz Fabrício Carpinejar

“As pessoas mais felizes são aquelas devotadas ao presente”, diz Fabrício Carpinejar

A Consumidor Moderno conversou com o escritor sobre o segredo das pessoas felizes, seja na vida pessoal ou no ambiente corporativo. Confira!

Considerado um dos pensadores mais influentes da internet, o poeta Fabrício Carpinejar conta com mais de 350 mil seguidores em sua conta no Instagram. O autor reúne um público ávido por por suas reflexões que vêm em textos, poemas e citações que, muitas vezes, falam sobre um tema urgente a todos: felicidade.

A Consumidor Moderno conversou com Carpinejar sobre esse sentimento simples e, ao mesmo tempo, tão complexo. Veja, a seguir, o nosso bate-papo com o pensador.

Consumidor Moderno: Por que o tema felicidade vem chamando tanto a atenção das pessoas?

Fabrício Carpinejar: Temos medo da felicidade e de sermos felizes. A gente finge que quer ser feliz, mas a felicidade é uma responsabilidade. Um exemplo: temos aquela ideia de que a pessoa não se declara por medo de receber um fora, mas, na maioria das vezes, é por medo de receber um sim. Se eu receber um sim, vou ter que namorar, mudar meus hábitos? A felicidade acaba vindo na contramão do comodismo. É aventura, ousadia, risco, é o imprevisível. As pessoas fazem de tudo para terem o controle da vida, mas a felicidade também é perder parte desse controle.

CM: É por isso que as pessoas evitam alardear a sua felicidade?

FC:
Exato. É por isso, por exemplo, que não falam quando estão com dinheiro, pois elas têm receio de que alguém peça emprestado. Temos o hábito de só falarmos de coisas ruins. É uma espécie de anti-Instagram da vida real. E isso acontece porque falar do que não deu certo gera empatia, compaixão… essas coisas da cultura do “coitadismo”. Ou seja, assumimos o papel de vítima e não de gestores do nosso próprio destino.

“As pessoas mais felizes são aquelas devotadas ao presente”

CM: Como enxerga a felicidade no mundo corporativo e a dimensão que esse tema tem ganhado dentro das empresas?

FC:
Ela não está sustentada apenas no mundo corporativo. Depende também de realizações pessoais. Aí vem a importância do day off e o que você fará nesse dia. A grande preocupação do mundo corporativo é que as pessoas tenham uma solidão antiprodutiva e que se apavorem ao ficarem sozinhas. Grande parte das doenças hoje, como ansiedade e depressão, é silenciosa. O sucesso profissional requer que você também tenha funções fora do trabalho e que se sinta importante fora dele; faça academia e cuide bem do seu tempo. Quem não tem vida pessoal, não tem de onde tirar ideias. Perde a capacidade de ter cumplicidade, solidariedade e empatia.

CM: É comum confundirmos euforia com felicidade?

FC:
Sim. A felicidade é uma força de vontade. É acordar bem-humorado, não importa o que aconteça. Euforia é uma estimulação externa. A felicidade improvisa. E isso reduz – e muito – o nível de frustração. Um exemplo: você vai numa festa, ela não é legal, mas você pode fazer a festa legal e tirar o máximo de proveito daquele momento: isso é felicidade. Euforia é ir em uma festa porque é legal, entende? Em suma, a euforia está vinculada àquilo que você tem; felicidade, àquilo que você é.

“A felicidade é uma força de vontade”

CM: O senhor enxerga o uso ostensivo das redes sociais como um fator que traz infelicidade, principalmente entre os mais jovens?

FC:
O uso do celular nos faz visitar os outros como se estivéssemos mudando de canal nos perfis. Não nos tornou mais infelizes, mas ela tornou a euforia mais dominante, e isso resulta em picos de euforia e depressão, que é o outro lado da euforia. Eu evito, por exemplo, olhar as redes sociais antes de dormir. Uma hora antes me desligo de tudo.

CM: Quais pilares contribuem para uma vida mais feliz?

FC:
Ser educado. E educação não depende do outro. Com isso a gente já alivia vários transtornos, pois nunca sabemos o que o estranho passou até nos encontrar. Na discussão, não opino na hora. Escuto, guardo e falo no dia seguinte. Nosso impulso é nos defender em vez de ouvir. E sempre pensar que o outro está atacando, ainda que seja uma crítica construtiva. Temos dentro de nós uma fábrica de boicotes e, sempre que nos elogiam, achamos que é falso.

CM: É importante saber respeitar a tristeza?

FC:
Dentro de mim há dias de chuva também. O que eu faço? Procuro atividades que combinem com a minha tristeza: vou ler um livro, escutar uma música, assistir a uma série, caminhar sozinho. A minha tristeza não me ameaça porque eu sei que ela vai acabar, até porque ela costuma ser um fértil estaleiro para novas ideias. Me ensina a ser mais emocionado, ou seja, ela tem outros gatilhos. Eu tenho medo de quem só tem um único estado de espírito: aquela pessoa que somente ri. A alternância significa que as lembranças e os sentimentos estão se movendo na gente. Fico chateado, irritado, mas o que faço com isso? De onde vem isso? E todo mundo tem o direito de ficar triste, de lidar com suas percepções, de se reconhecer na tristeza, pois passa rápido.

CM: Isso significa que devemos ser mais práticos com a tristeza?

FC:
Sim. A maior parte de nossas dores é imaginária; é algo que não aconteceu. Tristeza é lidar com as coisas reais. Alguém errou comigo? Tudo bem, passa. Logo, logo vai vir um outro humor, uma outra notícia, um outro acontecimento. A gente precisa interromper esse sofrimento imaginário, pois sofremos como se tivesse acontecido.

CM: Como lidar então com a angústia?

FC:
Se você tem uma festa para ir e a ideia é encontrar amigos, dançar e se divertir, não há por que se angustiar com a roupa que vai usar, por exemplo. Que tal curtir uma viagem em vez de fazer projeções de gastos e focar imprevistos que podem ocorrer? O que era para ser o paraíso vira o inferno. As pessoas mais felizes são aquelas devotadas ao presente, pois elas não estão com a cabeça no próximo pensamento. Elas estão focadas na visão, no tato, no presente.

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