A proporção de famílias endividadas cresceu em São Paulo, passando de 38,9% em fevereiro para 42,3% em março de 2015. No entanto, o índice ainda é menor que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando 48,4% das famílias entrevistadas disseram possuir dívidas.
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
De acordo com a instituição, o endividamento é maior entre as famílias de renda mais baixa, com até dez salários mínimos. O percentual de endividamento nessa faixa econômica é de 43,8%, enquanto quem ganha acima desse valor o índice é de 38,2%. É entre as famílias de renda mais baixa também que há maior ocorrência de contas em atraso: 12,8% contra 5,4% entre quem ganha acima de dez salários mínimos.
Do total de famílias endividadas, 49,8% têm entre 11% e 50% da renda comprometida para o pagamento das dívidas. Quanto ao prazo de comprometimento, 44,4% possuem dívidas por mais de um ano e 19% possuem dívidas que variam de 3 a 6 meses. Questionadas se terão condições de quitar ou pagar parcialmente as dívidas no próximo mês, 3,7% disseram que não. O número é menor do que o visto em março de 2014, quando 5,1% afirmaram não conseguir pagar as dívidas no mês seguinte.
Ainda segundo o levantamento, o cartão de credito continua sendo a principal dívida, utilizado por 59,3% das famílias entrevistadas, 12,2 pontos percentuais a mais na comparação com fevereiro.
Segundo análise da Federação, as famílias com renda menor sentem mais os efeitos da inflação e da alta de juros, porque o crédito representa um importante meio de inclusão nos padrões de consumo e é a única forma de acesso a esses padrões. Consequentemente, são as famílias que têm mais dificuldade para pagar suas dívidas, e qualquer imprevisto pode desequilibrar as finanças.