O escândalo da agência Cambridge Analytica se tornou público em 2018 e, à época, o Facebook publicou oficialmente que ficou sabendo dos episódios pela imprensa. O jornal britânico The Guardian obteve acesso ao processo judicial que foi elaborado pelo gabinete do procurador americano que processou a rede social nesse episódio e, ao contrário do que a rede social atesta, os documentos reforçam que a empresa tinha conhecimento das práticas da agência antes da imprensa noticiar o episódio.
A ação em questão foi contrária ao pedido da rede social para que arquivassem os documentos apresentados pelo procurador no tribunal. Trata-se de uma troca de e-mails entre executivos da rede social que revelava que eles tinham conhecimento da prática da agência. De acordo com dados do relatório, o Facebook sabia do procedimento desde setembro de 2015.
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Vale lembrar que em sabatina com políticos do congresso americano em abril de 2018, Mark Zuckerberg sustentou a versão de que ele e sua empresa ficaram sabendo das práticas apenas em dezembro do mesmo ano, após publicação de reportagem do jornal The Guardian.
Na esteira da criação de leis de proteção de dados mais rigorosas no mundo todo, o Facebook começou a atravessar a maior crise de sua história. O mercado respondeu duramente a esse processo, de modo que a empresa chegou a perder US$ 120 bilhões em valor de mercado.
Corrida pelo sigilo
De acordo com a corte do Distrito de Columbia, o Facebook tenta manter o caso em segredo de justiça para evitar que informações minuciosas se tornem públicas. Contudo, o tribunal não identificou dados comerciais relevantes e decidiu tornar os documentos públicos. “A companhia pode buscar evitar a publicação das avaliações sinceras de seus funcionários sobre como múltiplos agentes violaram as políticas do Facebook”, destaca o documento.
Em resposta ao site TechCrunch, a rede social reafirma a versão de que não ficou sabendo do episódio em setembro.
“O Facebook não ficou ciente da transferência de dados entre Kogan/GSR e a Cambridge Analytica até dezembro de 2015, como testemunhamos sob juramento.Em setembro de 2015, funcionários ouviram especulações sobre o uso de dados pela Cambridge Analytica, algo que infelizmente é comum para qualquer serviço de internet. Em dezembro de 2015, descobrimos por publicações na mídia que o Kogan vendeu os dados para Cambridge Analytica e tomamos medidas. Essas foram coisas separadas”, diz o comunicado.
Com informações do Estadão.