O setor de shopping centers nos Estados Unidos está passando por apuros. Segundo informações do The Wall Street Journal, muitos donos de empreendimentos estão endividados e, para livrarem-se das dívidas, vendem as propriedades.
Segundo dados da firma Morningstar Credit Ratings, entre janeiro e novembro do ano passado, 314 empréstimos de valores mobiliários de imóveis de varejo — totalizando US$ 3,5 bilhões — foram liquidados, 11% a mais do que no mesmo período de 2015.
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Uma das justificativas para o fechamento e o aumento do endividamento é a concorrência, cada vez mais acirrada, com as lojas online.
Além disso, as taxas de inadimplência para empréstimos de propriedades de varejo cresceram 0,6 ponto percentual no ano passado, para 5,76%, nos Estados Unidos, segundo a Trepp LLC, firma de serviços de dados imobiliários.
“Nós estamos vendo uma inundação desse tipo de imóveis no mercado”, diz James Hull, diretor do Hull Property Group, que comprou no ano passado cinco shoppings que estavam à venda por execução hipotecária. “Têm ocorrido algumas perdas severas com o fechamento de shoppings.”
Lojas Âncoras
Assim como no Brasil, os shoppings dos Estados Unidos se valem das lojas âncoras para conseguir manter as operações. Mas o problema é que essas grandes redes também passam por dificuldades.
No início deste ano, a Sears anunciou que vai fechar 150 lojas, e a Macy’s tem planos de encerrar 100 operações. A Limited Stores informou que planeja fechar todas suas 250 lojas e entrar com pedido de recuperação judicial.
“Nós não temos um cenário favorável para shoppings secundários e terciários diante de vendas fracas. Nós olhamos para eles com um alto grau de ceticismo”, diz Eric Thompson, diretor administrativo sênior da agência de classificação de risco Kroll Bond Rating Agency.
Quem fechou
Entre os fechamentos estão empreendimentos do Simon Property Group, gigante do setor. Com uma dívida de US$ 45 milhões em empréstimos, a companhia fechou so hopping Greendale Mall, em Worcester, em Massachusetts, que estava como garantia.
Segundo o The Wall Street Journal, o Washington Prime Group, outro grupo do setor de shoppings, informou em novembro que estava considerando devolver dois shoppings localizados em Grand Junction, no Colorado, e Lancaster, em Ohio, para seus credores.
A empresa também fechou ao todo quatro shoppings – na Virgínia e na Flórida – que liquidaram hipotecas de US$ 247,5 milhões.
A CBL & Associates Properties já se desfez de 14 shoppings, sendo que oito foram vendidos e seis entregues aos credores. Os seis shoppings que a CBL entregou aos credores tinham uma dívida total de US$ 381 milhões.
Endividados, shoppings dos EUA fecham as portas
Shopping centers do país cedem ou vendem seus empreendimentos para liquidar dívidas. Entenda os motivos do endividamento do setor
- Camila Mendonça
- 3 min leitura
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